Os roqueiros podem se preparar para ouvir durante três semanas um dos sons que deu origem ao rock. A 5ª Mostra Blues de Santos vai dominar os bares, praias e parques da cidade com shows de bandas, duplas e até oficinas, nas quais a música e o gênero serão celebrados.
O evento começa nesta quinta-feira (4) e vai até 27 de abril. “A expectativa é a melhor possível. Como está na quinta edição, é um evento conhecido na cidade e tem uma galera que gosta. São os órfãos do rock n’ roll e já que o rock veio do blues, eles curtem pra caramba”, conta Eugênio Martins Jr, idealizador do projeto.
Um dos grande objetivos da mostra, é trazer artistas de fora e fazer um intercâmbio de experiências com os músicos daqui. Os musicistas vão invadir a Concha Acústica, o Sesc Santos, alguns restaurantes e pela primeira vez vão levar o blues até o morro.
Lá, vão apresentar oficinas de harmônica, baixo e guitarra no Centro Esportivo e Cultural da Vila Progresso. As aulas também acontecem no Sesc.
O produtor quer que o público veja como é possível fazer um som diferenciado sem a necessidade de uma banda completa.
“Quero mostrar que é possível dois instrumentistas fazerem algo legal para a molecada do morro e para as pessoas que frequentarem. Não precisa de uma banda, você pode fazer um super som sendo em dupla, isso é bem bacana”.
Outro foco da Mostra Blues é introduzir ao público às várias vertentes do gênero. Na Concha Acústica,por exemplo, duplas vão apresentar o blues rural, um dos primórdios desse estilo musical.
“Tem o blues acústico e o Chicago Blues que é o blues elétrico. A galera gosta bastante disso e mesmo com essa música vibrante que não é da nossa cultura, conseguimos atingir um certo público”.
Eugênio idealizou a Mostrapor conta da grande paixão pelo rock e suas raízes. Ele já escreveu dois livros sobre blues (Blues The Backseat Music e The Backseat Music - As Origens no Brasil) além de ter trabalhado na produção de artistas americanos especialistas no gênero.
Graças à sua experiência, ele resolveu encher as ruas de Santos com o bom e velho blues e pretende, no próximo ano, levar o evento para outras cidades da Baixada Santista.
“Em 2020 quero pegar mais cidades. A intenção é sempre crescer, tenho prazer de trazer essa música para a região”.
Para o futuro, Eugênio está cheio de planos, mas sente dificuldade de levar seus projetos para frente por causada forma como o país trata a arte. “O problema é tirar as ideias do papel em um país como o nosso. Triste uma nação que bota toda a culpa nos artistas. A cultura no Brasil é sempre secundária, mas sem a arte ninguém vive”.