André Christovam celebra Mandinga no Sesc Santos

Em 1989, Marisa Monte, Wando, Leandro & Leonardo, Inimigos do Rei, Fafá de Belém e Beto Barbosa foram os artistas nacionais mais tocados das rádios. Mas, no mesmo ano, um outro gênero ganhava força no País, mesmo que fosse mais focado em bares esfumaçados ou clubes restritos.

Mesmo com longas décadas de história nos Estados Unidos, o blues nacional viu o debute de dois dos grandes nomes do gênero em 1989: André Christovam e Nuno Mindelis (nascido em Angola, mas naturalizado brasileiro).

O primeiro lançou Mandinga, provavelmente (não existe nenhum estudo sobre o assunto) um dos discos mais vendidos de blues da história do Brasil. Nuno, por sua vez, veio com Blues e Derivados, também amplamente comentado até hoje. Ambos lançados pela Eldorado.

Ainda celebrando os 30 anos de Mandinga, André Christovam retorna ao Sesc Santos (Rua Conselheiro Ribas, 136, na Aparecida) para recordar os clássicos desse debute. A apresentação acontece hoje, a partir das 20h, no teatro. Ainda há ingressos disponíveis à venda. Eles custam entre R$ 9,00 e R$ 30,00.

No palco, o blueseiro estará acompanhado de artistas extremamente técnicos como Adriano Grineberg (teclados), Alaor Neves (bateria) e Fabio Zaganim (baixo).

Criatividade

Um dos feitos de Mandinga, além das vendas elevadas, foi a criatividade do guitarrista. André Christovam não teve medo de arriscar, experimentar, ser inovador. Algo que falta para muitos artistas mais jovens.

Mandinga mescla o discurso poético do samba e as sonoridades dos guitarristas negros americanos. Foi o primeiro disco de blues inteiramente em português e considerado um divisor de águas no mercado fonográfico brasileiro.

O show de hoje no Teatro do Sesc é uma grande oportunidade de relembrar esse momento histórico do blues nacional.