O que define a arte? Para buscar respostas a essa questão, a fotógrafa e produtora cultural Ivy Freitas criou um grupo de amigos para discutir o tema. Até que a ideia ganhou corpo e se transformou no 1º São Vicente Festival.
O evento, organizado pelo Foto Clube São Vicente O Frame, começou no último sábado (20), com a 3ª Semana da Fotografia de São Vicente, e acontece até o próximo dia 28 em vários locais da Cidade. “O projeto, em princípio, seria só a Semana da Fotografia. Mas, nesse ano, criei o São Vicente Festival, pois minha intenção é agregar outras artes no evento”, explica Ivy, ao destacar que em 2020 o evento já está formatado com atividades voltadas a todas as áreas artísticas.
Nesta edição, o festival continua focado em fotografia. “O objetivo é transformar a cultura de São Vicente em referência no segmento”, destaca a produtora. A programação consta de oito oficinas, três mesas de reflexão, concurso e circuito fotográfico, sendo que hoje é o único dia em que não há atividades. Mas a presença de fotógrafos de São Vicente, Santos, Bertioga, Itanhaém, Praia Grande e São Paulo na cidade compensa o dia sem ações, an avaliação de Ivy.
Uma das participações ilustres na 3ª Semana da Fotografia é a do fotógrafo Du Zuppani, de Bertioga. Ele estará em duas atividades na quarta-feira (24): uma palestra, das 14 às 17h, onde falará sobre a percepção no olhar; e uma mesa de reflexão, das 18 às 20h, na qual discutirá o tema A arte de ver, a arte pra ver. Ambas na Oficinas Culturais Professor Oswaldo Névola Filho (Rua Tenente Durval do Amaral, 72, Catiapoã).
Para Zuppani, a importância do festival de levar aprendizado, oportunidade, troca de experiências, e o estímulo para saber mais sobre a arte fotográfica, o motivou a participar. “A importância recai também sobre a região, o turismo, a cultura. Tenho certeza que festivais assim humanizam as pessoas”.
A produtora cultural Madeleine Alves, a artista plástica Maria de Lourdes Marszoleck e o grafiteiro Nilson F. Junior, o Nill também farão parte da mesa.
Arte com olhar
“A arte de ver, a arte pra ver é o conhecimento técnico para avaliar uma obra visual que foi feita para ser vista”, define Ivy, quando questionada sobre o tema abordado na mesa de reflexão. Ela é responsável pe-la escolha de todos os temas e este é usado com frequência no trabalho de qualquer artista. Segundo explica, o olhar pode refletir desde o sentimento do autor até o pensamento do espectador. “Depende do ponto de vista. A arte de ver expressa o que o artista expõe em sua obra, enquanto a pra ver é aquilo que o apreciador enxerga, com seus sentimentos e experiências”.
Zuppani acredita que a arte de ver e a arte pra ver tem muita relação com sua palestra sobre a percepção do olhar. “A fotografia nasce do olhar e ensina a ter foco na alma. Olho para o que é factual e busco fazer com que encontre beleza, poesia, emoção”.
Para ele, graças à tecnologia, qualquer um pode trabalhar com fotografia. “Todos têm um fotógrafo dentro de si. Olham, emocionam, percebem, eternizam. Devem reconhecer e acreditar no seu olhar. Sempre estimulo as pessoas a observarem o mundo”.
Assim como todas as artes, a fotografia traz união, comoção e um olhar diferenciado. Du Zuppani confessa que, ao fotografar, encontra tanta emoção, que esquece que é fotógrafo. “Sou um ser humano”.
Serviço: Todas as atividades do São Vicente Festival são gratuitas e abertas a todos os interessados, que precisam se inscrever no site www.saovicentefestival.com.br, onde está a programação completa. O ingresso é um quilo de alimento não perecível, que será doado para a aldeia indígena Paranapuã, de São vicente.