Ao completar 40 anos de carreira, a cantora Zélia Duncan traz novidades para o público na comemoração da data. A primeira é o álbum Minha Voz Fica, com canções de Alzira E, compositora homenageada no disco, que chegou nesta sexta-feira (5), às plataformas digitais. Um álbum com canções autorais também já está sendo preparado para ser lançado em junho.
No novo trabalho, a cantora, que mudou recentemente para São Paulo, segue homenageando artistas da Capital, dos quais ela é fã. Anteriormente, ela já havia dedicado um disco e um show a Itamar Assumpção, além de um espetáculo original influenciado pela obra de Luiz Tatit.
Agora, completando uma trilogia, é a vez da reverência à sul-matogrossense Alzira, que vive na terras paulistanas há décadas, tendo parceiros como os poetas Arruda, Alice Ruiz e o próprio Assumpção.
Ao todo o álbum traz 12 faixas, nas quais Zélia é acompanhada pelo músico gaúcho Pedro Franco, que neste disco toca violão, baixo, guitarra, bandolim e violino. “As composições de Alzira não são só as palavras cantadas, são também riffs irresistíveis e Pedro deitou, rolou e se inspirou neles, para criar muitos lugares de encontros nossos com ela.
Desde o começo eu dizia que na obra de Alzira tudo era especial, inclusive seus discos e arranjos. Precisávamos ir à essência da composição e sermos nós, a partir dela. É o que tentamos o tempo todo, com paixão”, conta ela.
O disco faz parte do projeto Joia ao Vivo, criado por Marcio Debellian e do DJ Zé Pedro, que produz álbuns a partir de encontros artísticos.
Mais trabalhos
O próximo álbum, que está em fase de mixagem – mas Zelia não adianta muita coisa ainda –, reflete os primeiros 10 meses da pandemia em que a cantora se manteve isolada. “Todas as composições são minhas com Juliano Holanda e estamos muito emocionados com tudo. Um disco feito à distância, em meio a tantas incertezas, um documento dos nossos sentimentos”, destaca.
Durante o isolamento da pandemia, além de compor, Zélia teve uma participação muito ativa nas redes sociais, onde cantava e até declamava poesias para os seguidores de seu perfil.
“Acho que teve e ainda tem um papel fundamental pra todos nós, artistas e público. Nunca vai substituir a presença, os nossos corpos, olhos, ouvidos e aplausos. Mas tem sido nossa saída e é bem-vindo. Acho que percebemos que muitas coisas funcionam assim e devemos pegar o melhor dessas experiências, mas nada como olhos nos olhos e abraços no final”, diz ela, que afirma manter-se no isolamento até ser vacinada.
Quatro décadas
Zélia começou a carreira aos 16 anos, em Brasília, depois que ganhou um concurso. O prêmio era uma apresentação acompanhada por músicos profissionais, que aconteceu em 1981, na Sala Funarte. O reconhecimento nacional aconteceu em 1994, quando sua poderosa voz fez sucesso com a canção Catedral.
“Sou a mesma, está tudo dentro de mim, guardado com todo cuidado. A menina ajuda a mulher madura que sou hoje e os grandes momentos ajudam a curar as feridas de outros menos venturosos. Vivo intensamente, faço o que acredito, cantar é um ofício lindo, que eu sempre quis e realizei. No balanço, tenho sido muito feliz”, avalia a cantora.
Intensidade
“Sou a mesma, está tudo dentro de mim, guardado com todo cuidado. A menina ajuda a mulher madura que sou hoje e os grandes momentos ajudam a curar as feridas de outros menos venturosos. Vivo intensamente, faço o que acredito, cantar é um ofício lindo, que eu sempre quis e realizei. No balanço, tenho sido muito feliz”