Vida e obra do poeta Martins Fontes são alvos de homenagens

Academia Santista de Letras abre a 13ª edição da Semana Martins Fontes, com programação até domingo

Por: Bruna Faro & Da Redação &  -  19/06/19  -  11:27
  Foto: Carlos Nogueira / AT

José Martins Fontes (1884-1937) é considerado um dos maiores poetas de Santos. Foi também médico e humanista. Com 59 títulos publicados, em poesia e prosa, a vida do patrono da Academia Santista de Letras (ASL) é celebrada anualmente.


Na última segunda-feira (17), admiradores do poeta se reuniram no Cemitério do Paquetá, em Santos, para a Romaria dos Cravos Vermelhos. A cerimônia deu início à 13ª Semana Martins Fontes, que prosseguirá até domingo (23), marcando o aniversário do poeta e da própria Academia.


Durante a Romaria, oito membros da Academia caminharam pelo cemitério até o túmulo do poeta. Usando broches de cravo nas lapelas, todos depositaram as seis flores na campa e recitaram poemas do médico poeta.


Após uma salva de palmas, os cravos foram deixados lá, como uma tradição que veio da Colônia Portuguesa. “Martins Fontes era médico da Beneficência Portuguesa e sempre entrava com um cravo vermelho na lapela. Então, quando ele morreu, a Colônia criou a Romaria dos Cravos Vermelhos”, explicou a presidente da Academia, Maria Araújo.


Originalmente, a Romaria era realizada pelos portugueses no dia 25 de junho, data da morte do médico. Mas como Maria gosta de “festejar a vida”, ela criou a Semana Martins Fontes quando assumiu a presidência da entidade, em 2005, para celebrar o aniversário de Fontes, em 23 de junho. Assim, em 8 de janeiro de 2007, o evento foi incluído no Calendário Oficial do Município, pela lei nº 2.445.


Para o vice-presidente da ASL, Eustázio Alves Pereira Filho, além de uma homenagear Martins Fontes, a Semana é uma forma de eternizá-lo. “Nós temos grande responsabilidade na formação da nova geração. Não podemos deixar morrer de forma alguma aqueles que deixaram um grande legado. Essa tradição é das mais importantes”.


Eustázio destacou também a bondade do homenageado, presente até em seu poema 'Como É Bom Ser Bom'.“Ele era a expressão da bondade. Era médico, humanista e uma pessoa de um talento incrível que nos deixou esse exemplo. E é da nossa terra, da nossa Santos”.


A secretária da Academia, Maria Zilda da Cruz, conta que ele era um homem muito alegre e romântico. “Todo dia levava flores para a sua mãe ou rosas para Rosinha, que foi sua última companheira”, lembra ela. “Martins Fontes tem muito valor para Santos pela poesia e pelo bem que ele espalhou, como médico e como pessoa”.


Poeta caiçara


Os vários monumentos e homenagens ao poeta mostram sua importância na história da literatura. Martins Fontes nasceu em Santos, em 23 de junho de 1884. Apelidado de Zezinho, com 8 anos teve seu poema publicado no jornal 'A Metralha'.


Passou seus dias lidando com vidas e letras. Morreu em 25 de junho de 1937, com 53 anos. E como aspirava em seu poema 'O tié-fogo-santista, virou pássaro'. Seu enterro foi um dos mais cheios de Santos. Martins Fontes marcou a nação. Sua sensibilidade transbordava das folhas para a mente e sua alegria florescia como o cravo que carregava em sua lapela.


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