Vídeos on Demand são alternativa para o cinema

Parcerias com plataformas de streaming são a luz no fim do túnel

Por: Egle Cisterna  -  09/05/20  -  13:57
"Sócrates" tem produção da O2 Filmes com a Querô Filmes   Foto: Divulgação

Com a quarentena imposta pela pandemia de Covid-19, a forma de consumo do audiovisual vem passando por mudanças. Se antes, o cinema vinha competindo com os serviços de streaming, agora, com o fechamento das salas, os serviços de Video On Demand (VOD) reinam quase que absolutos na distribuição de produções. Isto faz com que os profissionais tenham de se reinventar e se preparar para inserir seus produtos nas mais diversas plataformas que existem hoje no mercado. 


Só a Netflix, uma das maiores no mercado brasileiro, teve o dobro de assinantes no primeiro trimestre do ano em relação ao que era esperado no período. Para ajudar o mercado, a O2 Play (braço de distribuição da O2 Filmes) vem realizando seminários on-line gratuitos para o setor. O objetivo é tirar dúvidas sobre a venda de longas-metragens e documentários para as principais plataformas do mercado como Netflix, Amazon Prime Video, Looke, Now, Vivo, Google Play e Apple TV. 


“A nossa atividade de cinema está congelada, sem previsão de voltar, apesar da vontade de que ela volte em julho. Mas se uma porta se fecha neste momento, temos outros caminhos. As pessoas estão consumindo mais em casa”, explica o diretor da O2 Play, Igor Kupstas. “E produtores que estão em casa podem não conhecer tanto esse universo do digital”.


Conforme explica, diferentes filmes performam de diferentes formas em plataformas diversas. “Eles podem contar com nossa experiência pra ter o melhor resultado com o seu produto”.


Entre as opções estão os VOD transacionais, onde as pessoas compram e alugam os conteúdos. São os casos da Apple TV e do Google Play, onde a plataforma fica com uma margem de 30% a 50% do valor arrecadado pelas vendas da produção nos canais. Há também os VODs por assinatura, onde se destacam a Netflix e Amazon Prime Video, nas quais cada película tem um valor individual negociado para exibição. Kupstas explica, por exemplo, que na Amazon paga-se por minuto visto da produção. 


Há ainda os VODs baseados em publicidade, que são gratuitos para o público, com exibição de anúncios. É o que ocorre no YouTube e também na plataforma Pluto TV, que está chegando ao Brasil. Nesta última plataforma, o filme recebe metade do valor do anúncio. Outra modalidade de VODs são os híbridos, como o Now e o Looke, que têm assinatura de seu conteúdo, mas que também alugam e vendem filmes digitais. 


O diretor da O2 Play orienta que os interessados em negociar com as plataformas se atentem principalmente às regras impostas pelas empresas e que observem a cessão de direitos de cada serviço.


Caminho para o futuro 


“Não tenho dúvida de que rever a entrega de conteúdo é mais fundamental que nunca. O processo de adaptação foi muito acelerado com a pandemia e esse ano é de ruptura total para o mercado”, afirma Igor Kupstas, ao destacar que para o Oscar serão aceitos filmes que não foram lançados no cinema, o que era uma tradição vista como inalterável na história da Academia. “Todos estamos em casa agora, formando novos hábitos. Passada a quarentena, vamos voltar a sair de casa, mas quanto desses novos hábitos farão parte de nossa rotina? A concorrência ao cinema vai ser maior e o setor tem que se preparar para essa ruptura”, pondera o diretor.


Logo A Tribuna
Newsletter