Unidade Básica: qualquer semelhança não é mera coincidência

Série exibe últimos capítulos neste domingo. E terá sequência

Por: Lucas Krempel  -  24/05/20  -  23:22
Baseada em fatos reais, ficção mostra a batalha nas Unidades Básicas de Saúde
Baseada em fatos reais, ficção mostra a batalha nas Unidades Básicas de Saúde   Foto: Divulgação

Os dois últimos episódios da segunda temporada de Unidade Básica (Canal Universal/Globosat Play) serão exibidos neste domingo (23), a partir das 23h. Cada dia mais realista, a produção retrata o cotidiano de uma unidade básica de saúde (UBS), porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) no País. Maternidade e feminicídio serão abordados nos capítulos.


A pandemia do novo coronavírus, no entanto, deve marcar presença já na próxima temporada, que ainda não começou a ser gravada, mas está com roteiros adiantados.


“A gente já está acabando a terceira temporada. Vamos filmar depois da pandemia. Serão dois episódios dedicados aos desafios em tempos de coronavírus. A importância do SUS ficou bem clara. Precisamos ter um SUS forte. Qualquer lado percebeu que você precisa de um sistema de saúde forte. Não basta ter só o plano médico. Era algo muito evidente, é uma pandemia, nunca foi tão visível. A percepção do público está clara. A série ficou bem atual”, comenta o roteirista da série, Newton Cannito, que conversou com A Tribuna via ligação de vídeo.


Fatos reais


Produzida pela Gullane e com direção geral de Caroline Fioratti, Unidade Básica é uma ficção idealizada pelas irmãs Helena e Ana Petta. Inspirada em fatos reais, a série acompanha a rotina de trabalho de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e agentes comunitários que atuam em uma unidade básica de saúde, cujo objetivo é oferecer atendimento à população.


Cannito conta que conversou muito com profissionais da linha de frente, estudou o assunto e chegou a realizar palestras e debates em universidades. Para o roteirista, o investimento na saúde é a principal bandeira de todos.


“Já vi casos de ir no SUS e o médico não te atender bem. Mas impressiona a quantidade de profissionais dispostos, mesmo nas condições atuais. Consigo facilmente entender os médicos que não têm essa disposição. Mas se muitos acreditam na causa, a qualidade vai aumentar. A parte dos exames especializados é bem demorada, tem um gap para ser resolvido. Apostar na medicina preventiva é uma solução, mas demanda investimentos”.


O contato próximo com os profissionais ajuda bastante na construção de Unidade Básica, revela o roteirista. “Sempre se emocionam muito. São ativistas da série, são mais que fãs. Queremos manter essa lealdade com eles. Teve crítica das enfermeiras, inspiradas nos comentários delas”.


O roteirista também explica o motivo que os levaram a apostar no formato ficção ao invés de uma produção documental. “A ficção permite muita coisa. Fizemos muita pesquisa, ambiente, vocabulário, ética dos personagens, além dos casos reais. Os casos reais são mais fortes, mas na ficção a gente consegue sintetizar, damos solução, trabalhamos com casos e dilemas. O ficcionista contribui com soluções que não foram pensadas por médicos. Vamos um pouco mais além. A narrativa ajuda”.


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