Um quase livro, com quase poesias, e muito carinho

Nova obra de Madô Martins nasceu durante a pandemia, como um afago a seus leitores

Por: Egle Cisterna  -  14/07/20  -  14:11
Com textos curtos e concisos, Quase busca a empatia com o leitor
Com textos curtos e concisos, Quase busca a empatia com o leitor   Foto: Divulgação

Um afago em forma de poesia no meio da pandemia. Este é o presente da escritora, jornalista e colunista de A Tribuna, Madô Martins para aqueles que acompanham seu trabalho mais de perto. 


O formato do agradecimento é um livro, Quase, feito de forma artesanal e entregue como presente a alguns de seus leitores que acompanham sua carreira literária.


“Eu tinha esses textos e vi que eles formavam um conjunto de reflexões de uma mulher madura. São textos poéticos, repensando a vida, me entregando ao leitor. A quantidade de poesias não formava um livro inteiro, mas quase isso”, explica Madô sobre a origem do nome. “Gosto de dizer que agora tenho publicados 15 livros e meio, parodiando Fellini, já que Quase é uma obra breve”, brinca a autora. 


Sobre a decisão de fazer um lançamento de livro que considera estar pela metade, a escritora justifica: “Vou guardar esses poemas até quando? Ultimamente, a gente vem pensando muito na morte. Então, resolvi adiantar o projeto e não esperar mais pelo fim da pandemia”. 


Quase reúne 30 poesias, uma por página, em uma edição que foi feita de maneira artesanal pela editora Costelas Felinas, dos escritores Cláudia Brino e Vieira Vivo, em papel reciclado e com foto de capa de Demétrio Sena. “É uma dente-de-leão. Eu gosto da flor e, sem querer, eles acertaram e ele está quase despetalado. É também um quase”, destaca a autora.


Textos curtos e concisos, que buscam a empatia com o leitor, trazem a característica principal da autora, que deixa claro em seu prefácio o sentido da obra: “Este é um quase livro, formado por quase poesias, quase haicais, quase euforismos. Escritos por uma mulher quase feliz, que quase se conhece por inteiro, que encontrou o amor e quase o tocou com as mãos e por isso carrega o coração quase completo. Poucas certezas, muitas dúvidas, quase mais nenhuma surpresa. Assim é vida desta quase anciã com alma de brisa”. 


A primeira edição da publicação não estará à venda. Madô pretendia entregar em mãos o presente para as pessoas, mas isso não foi possível justamente pela pandemia. O caminho encontrado para distribuir o carinho foi pelos Correios. Amigos, leitores que comentam frequentemente suas crônicas de A Tribuna e grupos de haicais estão entre os selecionados para receber o mimo. 


“O meu público é esse, pessoas com sensibilidade aguçada. Se eu sentir que tem uma repercussão boa, que as pessoas estão querendo, aí eu posso até pensar em fazer uma pequena edição para colocar no mercado, mas não é a intenção”, diz Madô, que completa: “Hoje, todo mundo está querendo um colo, e não custa a gente participar disso”.


Ela aventa ainda a possibilidade que a publicação seja um embrião para um livro maior.


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