Tony Bellotto revela vida de Pedro Dom em livro

Obra recém-lançada mistura fatos reais com imaginação do guitarrista do Titãs. Publicação será adaptada para série de TV

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  28/04/20  -  11:18
Show Titãs Trio Acústico estreou nos palcos no ano passado
Show Titãs Trio Acústico estreou nos palcos no ano passado   Foto: Reprodução/Instagram

Tony Bellotto, conhecido por muitos como guitarrista dos Titãs, se aventura mais uma vez no mundo das letras. Ele acaba de lançar o romance Dom (Companhia das Letras), baseado numa história real de um assaltante, Pedro Machado Lomba Neto, conhecido como Pedro Dom, que foi morto pela polícia do Rio de Janeiro no começo dos anos 2000.


Misturando fatos reais com a imaginação de escritos, Belloto apresenta ao leitor o criminoso que, nascido em 1981 numa família carioca de classe média, aos vinte anos ele já era um assaltante procurado.


No romance, Tony Bellotto conta não apenas a trajetória de um jovem fora da lei, da adolescência até sua morte em 2005, aos 23 anos, quando foi baleado pela polícia. Ele aproveita o personagem para mostrar como pano de fundo a história de um país marcado por profundas desigualdades sociais, de uma guerra às drogas, da máquina estatal cujos agentes corruptos rivalizam com aqueles que já perderam ou estão prestes a perder as esperanças.


À medida que descortina o panorama dramático da vida de Pedro, em especial sua relação com o pai – um agente da polícia aposentado que durante anos trabalhou no combate ao tráfico e fez parte do Esquadrão da Morte na ditadura –, a narrativa de Bellotto alcança um ritmo vertiginoso, de impacto profundo.


Este é 10º livro do músico, que se iniciou no mundo literário com Bellini e a Esfinge, em 1995. “A ideia de contar a história de Dom, surgiu há mais de 10 anos, quando (o diretor) Breno Silveira me chamou para fazer o roteiro de um filme sobre Pedro”, conta Bellotto, que entrevistou o pai de Dom para a pesquisa do roteiro.


O filme não foi para frente, mas o material coletado chamou atenção do autor, que guardou as anotações. “Estava a ponto de chamar outra pessoa para escrever. Ai, eu fui olhar e rever minhas anotações, vi que tinha muita coisa legal e que aquilo dava um romance”. Para completar lacunas da vida de Dom, Bellotto se permitiu incluir ficção na narrativa real. “Claro que tem muita coisa que aconteceu de verdade, mas tem muitas coisas inventadas. Eu achei que era a maneira mais profunda de revelar a essência da realidade”, diz.


E o livro, que nasceu de um projeto para cinema, deve também virar uma série. O projeto está em fase de produção pela Amazon e será realizado pela Conspiração Filmes, dirigido também por Silveira. 


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