Titãs dá nova roupagem para clássicos do Cabeça Dinossauro em novo EP

Bichos Escrotos, Homem Primata e Polícia são alguns dos destaques do trabalho

Por: Lucas Krempel  -  16/07/20  -  12:23
Formato acústico volta a dar certo e banda já planeja terceiro volume
Formato acústico volta a dar certo e banda já planeja terceiro volume   Foto: Divulgação

Em 1986, o Titãs lançou um dos álbuns mais emblemáticos da carreira, Cabeça Dinossauro. A produção chamou a atenção pelo rock cru e pesado. Rendeu alguns clássicos que não saem por nada do repertório deles. Três dessas canções foram revisitadas no Titãs Trio Acústico EP 2, o segundo volume da trilogia da banda. As escolhidas foram Bichos Escrotos, Homem Primata e Polícia.


Das três, somente uma entrou na íntegra na época do Acústico MTV, que rendeu dois álbuns dos paulistanos, no fim dos anos 1990. Homem Primata, no entanto, volta ainda mais ska dessa vez.


“Todos nós gostamos de ska. No início da carreira, Sonífera Ilha e aquelas músicas meio reggae carregavam influência do ska do The Specials, Madness, as bandas da Two Tone. Sempre fomos fãs dessa estética. Eram bandas numerosas e nos identificávamos com isso. Homem Primata, a gente até chegava a tocar dessa maneira no começo”, comenta o vocalista e tecladista do Titãs, Sérgio Britto, que conversou com A Tribuna por telefone.


Ele chama a atenção também para a transformação em Polícia. A canção incorporou percussão e saxofone ao espírito punk da original.


“Sempre cantei Polícia, mas não sou o autor. Lembro que quando escolhemos a música para esse projeto, pedimos para o Tony cantar. Ele é o autor, seria interessante ver a música na voz dele. E é uma versão diferente da que existe. Essa fica como algo diferente para os fãs curtirem”.


Bichos Escrotos manteve a marca característica do refrão como em grito de guerra, mas em performance de violão, bateria, piano, levadas de guitarra e baixo.


O projeto Titãs Trio Acústico EP ainda vai receber um terceiro volume, mas Sérgio não quis adiantar os detalhes. Disse apenas que boa parte do material já está gravada, mas faltam pequenos ajustes.


“Se eu falar sobre o repertório acaba a graça. É o que temos de surpresa para os fãs. Mas logo estará disponível para vocês”.


Curioso que o Titãs Trio Acústico começou como uma proposta descompromissada. A ideia inicial era fazer apenas três shows. Só que o sucesso das três apresentações levou o Titãs a realizar mais shows. Veio para Santos, inclusive.


“No começo achávamos que não valia fazer algo grandioso. O Acústico foi um fenômeno, ninguém consegue calcular a dimensão dele. Mas queríamos atender aos fãs. A princípio começamos a fazer essas versões na casa do Branco (Mello) e fomos nos empolgando. É como se você tivesse fazendo aquilo na sala da casa da pessoa. Mesmo as músicas do Cabeça davam uma nova cara, sem querer competir com as originais. Isso foi nos contagiando”.


Para Britto, a proposta é homenagear, mas também apresentar algo diferente para o público. “Homenageamos o disco de 1997, mas com arranjos reduzidos, além de músicas que não fizeram parte daquele projeto”.


Dentre as oito faixas do segundo volume, vale destacar também Enquanto Houver Sol, Toda Cor e Go Back, igualmente impecáveis.


Enquanto Houver Sol assume um protagonismo ímpar com piano e violão em uma versão tocante. Toda Cor também traz essa característica com o belo arranjo de cello e violão sobre canção do álbum de estreia do grupo, de 1984.


Go Back, que também acompanha a banda desde o início, ganhou letra em espanhol e citação a Stir it Up, de Bob Marley.


Logo A Tribuna
Newsletter