#TdVaiFicar... remete às antigas radionovelas

O enredo passa por reuniões de condomínio por internet e monitoramento para cuidar um da vida do outro

Por: Egle Cisterna  -  27/08/20  -  14:37
Lorena Comparato improvisou um cobertor na parede para gravar
Lorena Comparato improvisou um cobertor na parede para gravar   Foto: Divulgação

Até o meio do século passado, uma das possibilidades de entretenimento mais populares entre as pessoas era a de sentar-se em volta do rádio, na sala de casa, e soltar a imaginação ouvindo as histórias das radionovelas. Com o surgimento da TV, a teledramaturgia tomou conta deste nicho.


Mas com o fortalecimento dos podcasts e as plataformas de streaming, o formato da ficção em áudio pode ganhar peso novamente. Dentro deste cenário, estreia nesta sexta-feira (28) a áudio série #TdVaiFicar... que conta uma história de mistério em um condomínio de São Paulo, dentro do contexto da pandemia.


A história se passa num cenário distópico, em uma cidade vazia pelo caos, no edifício Harmonia, que tem 14 andares e 28 apartamentos, mas apenas seis deles estão ocupados. Para aqueles que ainda vivem no prédio, resta apenas criar laços e estender as mãos para os vizinhos – principalmente após um acontecimento misterioso que exige atenção e união de todos.


O enredo passa por reuniões de condomínio por internet e monitoramento para cuidar um da vida do outro, com destaque para as relações de amizade e intrigas entre o grupo.


A primeira temporada tem cinco episódios, com duração entre 20 e 25 minutos, que devem ser lançados semanalmente no site do projeto e em plataformas como Spotify, Deezer e Apple Podcast.


No elenco estão Angela Vieira, Paloma Bernardi, Juliana Silveira, Lorena Comparato, André Mattos, Jairo Mattos, Nestor Chiesse, Isabela Guarnieri, Dudu Pelizzari, Alexandre Cruz, Denise Machado, Eric Herrero, Carlos Jiménez Vázquez e Ana Paula Godoy.


Processo de criação


A idealizadora, roteirista e diretora do projeto, Jaqueline Vargas, que tem no currículo a série Sessão de Terapia e Malhação – Viva a Diferença – afirma que o início do isolamento serviu de inspiração para encontrar as características dos personagens.


“Estava em casa, pensando que queria contar uma história. Acompanho muito o noticiário e fui observando os perfis que apareciam durante a pandemia”, lembra ela. O próximo passo foi descobrir como poderia desenvolver o trabalho. “Não podia entrar em estúdio, então, como podíamos driblar isso para produzir algo agora? Fomos nos adaptando.”


O elenco e a diretora se reuniram ao longo do mês de julho para leituras, mas as gravações aconteceram individualmente, na casa dos atores, que mandavam as trilhas para Jaqueline.


“Eu tive que colocar cobertor na parede, usar almofadas (para melhorar a acústica). Meu prédio era barulhento, então, fiz as gravações de madrugada”, conta Lorena Comparato. A atriz Isabella Guarnieri transformou um guarda-roupa de sua casa em um estúdio improvisado.


Para a atriz veterana Angela Vieira, a principal dificuldade foi utilizar a tecnologia para gravar de casa. “O artista brasileiro vive sempre subindo a ladeira. Nessa loucura de ter que interromper trabalho, esse convite (para fazer parte do projeto) foi um ato revolucionário. Tivemos a oportunidade de fazer algo novo, que foi resgatado lá de trás, das radionovelas”.


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