Simone Spoladore viveu as dores e as delícias de Clotilde em 'Éramos Seis'

Experiente, atriz encarou momentos difíceis como a personagem. Mas a recompensa veio no final da novela das 18h da TV Globo

Por: Do Estadão Conteúdo  -  23/03/20  -  10:44
Atualizado em 23/03/20 - 10:49
Na reta final, Clotilde voltou a ser feliz ao lado de Almeida e do filho deles, Chiquinho
Na reta final, Clotilde voltou a ser feliz ao lado de Almeida e do filho deles, Chiquinho   Foto: Divulgação/TV Globo

Simone Spoladore sofreu junto com Clotilde durante os capítulos de Éramos Seis. Com a proximidade do fim da novela das 18h da Globo, a personagem finalmente voltou a ser feliz ao lado de Almeida (Ricardo Pereira), do filho deles, Chiquinho, além dos enteados Rita (Noham Hadam) e Ernesto (João Vitor Manhães). 


No entanto, os olhares tortos da sociedade não pararam. Mesmo assim, a irmã de Lola (Gloria Pires) não desiste de viver essa história e enfrenta a situação, surpreendendo até mesmo o amado. Então, o romance dos dois triunfa com um casamento no Uruguai e a expectativa é que continuem juntinhos.


“Tenho pavor de estereótipos, porque eles nos limitam. A sociedade pensa que a mulher é amargurada por não ter um homem. Quando a Clotilde encontra o Almeida, o amor começa a trazer as angústias. Depois, ela se torna uma personagem que toma poder sobre si mesma, porque rompe com os padrões que estão dentro dela para viver um amor”, analisa a atriz.


Após o nascimento do filho, algo mudou dentro de Clotilde. Segundo Simone, ela tentou construir uma personagem que se transforma por causa da dor que carrega dentro dela. O processo de fortalecimento da irmã de Olga (Maria Eduarda de Carvalho) se deu aos longos dos capítulos da história de forma minuciosamente trabalhada por sua intérprete, acostumada com papéis densos. Inclusive, ela relata que o período em que a moça escondeu a gravidez foi o mais angustiante.


“Quando a Clotilde se abre para o amor, ela quase enlouquece. Na verdade, ela tem muito medo de se entregar para a vida, para o novo, o desconhecido. A personagem tinha pavor do que isso poderia causar. Todos nós temos um pouco disso. Essa coisa de manter o controle sobre tudo”, filosofa.


Outro momento da trama que entristeceu Simone foi quando lhe contaram que Clotilde não ficaria com o filho. Em seguida, a atriz se perguntou sobre a atitude da personagem em dar o bebê para Olga e Zeca (Eduardo Sterblitch), mas entendeu que sua ação não passava de encenação para a sociedade aceitar a criança e não sofrer esse preconceito. Tanto que sua primeira atitude após recomeçar ao lado de Almeida foi contar a ele a verdade e ir buscar a criança.


“Aquilo me deixou mortificada! Mas aí fui entender do que se tratava. Na verdade, ela não dá o filho de jeito nenhum, só o entrega no discurso. Acho que a gente conseguiu passar isso na cena. Afetivamente ela seguiu conectada com a criança. Como é que a Clotilde ia abrir mão da única coisa que tinha na vida?”, questiona.


Evolução do trabalho


O público de Éramos Seis abraçou o casal Clotilde e Almeida, chamado pelos fãs nas redes sociais de Clomeida. Apesar da boa repercussão, Simone Spoladore não quer classificar a personagem como um marco em sua carreira. Há 25 anos nessa profissão, a atriz prefere acreditar que seu amadurecimento em cena é fruto de esforço.


“Não foi a Clotilde que apareceu na minha vida e virou um divisor de águas. A gente sabe que não é assim. Eu trabalho há muitos anos: são 35 filmes, novelas, séries. Trabalhei com linguagens, diretores e atores diferentes. Isso a gente vai construindo ao longo da vida. Para executar bem o trabalho, você precisa da sua alma”. 


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