Shows e eventos entram em compasso de espera em Santos

Nos próximos meses, Santos deve ter um panorama diferente de shows e apresentações culturais. A principal mudança está no encerramento das atividades do Mendes Convention Center e o início da operação do Centro de Atividades Turísticas (CAT), na Ponta da Praia. O período de transição preocupa o setor.

O gerente do Mendes Convention Center, Leandro Vilaça, confirma que o espaço ficará em funcionamento até a abertura do equipamento público. “Temos datas aqui até junho, pois temos a previsão de abertura do novo centro de convenções para o início de julho”, afirma ele.

A previsão é que o CAT abra as portas no dia 1º de julho, mas a Prefeitura ainda não definiu quem vai administrar o local, que é destinado à realização de feiras, congressos, shows, seminários, entre outros eventos. Em 10 de janeiro, foi aberta uma consulta pública para a concessão de uso do local à iniciativa privada, por meio de licitação que ainda será aberta. Vilaça informa que o Grupo Mendes não tem interesse em participar da concorrência.

Sem um dos maiores espaços da Cidade para eventos e sem poder marcar shows para o local que ainda está em construção – e sem um responsável pela gestão – produtores culturais estão apreensivos com a lacuna que se forma.

“Ninguém sabe como essa situação vai ficar. Não conseguimos informações e precisamos de antecedência para marcar os eventos, conseguir agenda dos artistas. Shows menores podem até acontecer em outros locais, os que faço, não tem condições”, afirma Luiz Ventura, da Shows em Santos. Diante da indefinição, o empresário já descarta, por exemplo, a realização da quarta edição do "Santos Rock Festival".

“A minha vida deve ficar parada no próximo semestre. E não sou só eu. Para cada show que realizo, emprego cerca de 200 pessoas”, reclama ele, que agendou seus dois últimos eventos no Mendes Convention para o fim de maio.

Outros produtores culturais ouvidos pela Reportagem compartilham da mesma preocupação de Ventura. “Ninguém informa como vai funcionar o setor, os agendamentos. Os shows são marcados com, pelo menos, três meses de antecedência. Hoje, não conseguimos marcar no Mendes e nem no novo espaço. São espaços com boa estrutura e grande capacidade, que não encontramos na cidade. É diferente de um ginásio”, diz um produtor que não quer se identificar.

Por nota, a prefeitura informa que “o agendamento de eventos no novo espaço será feito pela concessionária definida pelo processo licitatório”.

Facilitação

Nas últimas semanas, o Santos Convention & Visitors Bureau vem recebendo produtores de eventos de várias regiões do país, que, ao ligarem para o Mendes Convention Center, são direcionados para a entidade, formada por empresas do segmento turístico e que tem por missão promover a cidade como destino turístico.

“Estamos pegando os interessados em eventos no Centro de Convenções e fazendo um agendamento de interesse prévio, para que assim que se tenha a empresa que ganhar a exploração da gestão do Centro de Eventos, as negociações se iniciem o mais rápido possível”, afirma o presidente do Santos Convention & Visitors Bureau, Leonardo Carvalho.

Teatro

Outra mudança fica por conta da reforma (em andamento) do Teatro Coliseu. Apesar de a prefeitura afirmar que o equipamento não está fechado, de acordo com o plano de obras estabelecido pelas secretarias de Infraestrutura e Edificações e de Cultura, o local não tem agendamento desde janeiro. Por nota, a prefeitura afirma que a exceção fica para “eventos excepcionais, que possam ser conciliados com as intervenções”. 

As apresentações no teatro devem ser retomadas em outubro e a administração municipal garante que toda a demanda está sendo atendida pelos teatros Guarany e Braz Cubas. O Teatro Rosinha Mastrângelo também permanece fechado, há dez anos, sem data para reabrir as portas.