Sem o seu respeitável público, circos pedem ajuda

Artistas dependem da doação de alimentos

Por: Da Redação  -  13/06/20  -  12:50
Artistas circenses, como os do Circo Rudá, se valem de fundos próprios
Artistas circenses, como os do Circo Rudá, se valem de fundos próprios   Foto: Arquivo/Alexsander Ferraz/AT

Os circos, a exemplo dos espetáculos, shows, peças e tudo o que envolve público presente, precisaram ter suas atividades interrompidas por tempo indeterminado por conta da pandemia do novo coronavírus.


É o caso do Circo Spacial, um dos principais circos brasileiros que, antes da pandemia, estava com a temporada intitulada Vamos Juntos ao Circo, voltada para o entretenimento em família. “O circo carrega uma memória afetiva que é um sentimento de acolhimento”, explica Marlene Querubin, presidente do Circo Spacial e da UBCI União Brasileira de Circos Itinerantes.


“Quantos de nós não nos lembramos do cheiro e da sensação de pisar no circo pela primeira vez. É muito triste vermos nossos 2.500 lugares todos vazios em meio à essa crise de saúde que estamos vivendo”, lamenta ela. 


Os circos vivem exclusivamente da venda de bilheteria. E como estão há 13 semanas fechados. Marlene conta que são muitas famílias circenses passando necessidades. Logo eles, que sempre levam alegria por onde passam. 


O Circo Spacial optou por não realizar lives na íntegra por enquanto, mas disponibilizaram dois vídeos no site, sendo um documentário especial sobre os 25 anos de história do grupo, e o outro o espetáculo em comemoração à data. “Acreditamos que o sentimento mágico acontece dentro do contexto do ao vivo”. 


Ajuda 


Na última semana, o Senado aprovou uma ajuda emergencial de R$ 3 bilhões para o setor cultural, durante a pandemia. A proposta foi intitulada de Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, para homenagear o compositor brasileiro que morreu após contrair o vírus. A proposta seguirá para sanção presidencial. Os recursos serão repassados para os estados e poderão ser utilizados para o pagamento de uma renda emergencial para trabalhadores do setor. 


Além da ajuda do governo, atualmente existem duas campanhas no ar, voltadas aos artistas circenses: a primeira é SOS Circos Covid-19, onde o público pode fazer doações on-line, através do link, O dinheiro será revertido em cestas básicas para os circos de todo o País. 


Há ainda a campanha do Circo Spacial, onde eles estão recebendo doações de cestas e itens básicos de higiene para os integrantes do próprio circo e para outros circos da Capital. Marlene explica que pouquíssimos artistas conseguiram o auxílio emergencial do governo. “Neste momento, estou voltando todas as minhas forças para a Lei de Emergência Cultural, que ajudará muitas famílias”.


Luz no Fim do Túnel 


A flexibilização do isolamento social em algumas cidades está servindo como uma luz no fim do túnel para os artistas circenses. Alguns já estão tentando voltar, respeitando todos os protocolos de saúde exigidos. “A principal questão é que ainda não sabemos como será o comportamento do público nessa volta aos espetáculos”, confessa ela. “Mas nós estamos preparados e já adotamos inúmeras medidas para garantir a segurança do nosso público”.


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