Santos Dumont e suas várias faces em documentário

A Praia de Pitangueiras, em Guarujá, deve ser um dos cenários do filme, que ainda está em produção

Por: Egle Cisterna  -  19/02/21  -  00:35
Santos Dumont, o céu na cabeça deve ser lançado em 2022
Santos Dumont, o céu na cabeça deve ser lançado em 2022   Foto: Divulgação

Santos Dumont é conhecido pela maioria das pessoas por suas invenções, sua personalidade forte, hobbies e pensamentos, ou por ser considerado um dos homens mais relevantes do início do século 20?
São estas questões que o documentário Santos Dumont, o céu na cabeça tenta desvendar. Ainda em produção e com lançamento previsto para o próximo ano, o filme trará ainda a ligação do inventor com a cidade de Guarujá, onde ele se suicidou, em 1932.


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O filme, que estreará no canal da TV paga Curta!, é dirigido por Eder Santos e Monica Cerqueira e conta com produção da Trem Chic. “Eu sempre fui muito fã deste mineirinho danado e entrei num edital propondo a criação do documentário. Em todo o material que se encontra a respeito dele, sempre enfatizavam muito o lado do inventor, a parte técnica dos voos dele. Nada sobre o homem”, conta a também mineira Monica. A maior dificuldade dos diretores é a questão do tempo que se passou desde a morte de Dumont. “Não temos, por exemplo, como colher depoimentos de amigos, dos mecânicos que trabalharam com ele, de pessoas que tiveram contato. A saída que a gente deu para esta situação foi chamar os principais biógrafos deste homem curioso e corajoso”, relata ela.


Entre os entrevistados estarão o inglês Paul Hoffman, o brasileiro Henrique Lins de Barros e o francês Jean-Pierre Blay. A ideia da dupla é filmar nas principais cidades onde o pai da aviação passou, desde a fazenda Cabangu, em Minas Gerais – onde ele nasceu em 1873 e para onde voltou, já mais velho –, passando pela França, Suíça, além de cidades brasileiras, como Petrópolis e Guarujá.


Tragédias


“Em Guarujá, a vida dele vai mais além daquele fatídico dia do suicídio. Ele ia muito à cidade e ficava hospedado no Hotel La Plage, que não existe mais. Era um lugar muito chique, onde ele recebia as pessoas, como a cantora lírica Bidu Sayão”, lembra Monica, que adianta que a Praia de Pitangueiras deve compor a paisagem do documentário.
Foi nos céus de Guarujá, aliás, pouco antes de morrer, que Dumont teria visto os últimos aviões voarem. “Ele ficou muito deprimido vendo sua invenção sendo utilizada em guerra. Dizem que ele ouviu o barulho dos aviões voando, foi para o hotel e ouviu no rádio as notícias da Revolução de 32, com brasileiros matando brasileiros com sua criação e se matou”, afirma a diretora, que conta que ele já tinha um histórico de histórias trágicas, com o suicídio da mãe e a morte do pai ou quando veio visitar o Brasil e um grupo de amigos resolveu fazer uma homenagem a ele sobrevoando seu navio na chegada ao Rio de Janeiro. “Cinco amigos voaram com um hidrojato, jogando pétalas de rosas, uma imagem linda. Mas o avião caiu e todos morreram. Santos Dumont ainda ajudou no resgate dos corpos”, narra Monica.


As viagens da produção deveriam começar no ano passado, mas foram adiadas por conta da pandemia. A previsão é de que as filmagens comecem em setembro deste ano. “Como temos uma efeméride no próximo ano dos 90 anos da morte dele e os 150 anos do nascimento dele em 2023, queremos estar com tudo pronto, com tranquilidade, em 2022”, afirma a diretora mineira.


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