Santistas falam sobre desafios na área cultural durante a pandemia

Experiências que deram certo e novas diretrizes devem auxiliar um dos setores mais atingidos a se recuperar

Por: Anderson Firmino  -  03/08/21  -  09:42
Atualizado em 03/08/21 - 15:16
 As lives de música, teatro ou outras formas de expressão, foram um marco na pandemia e devem permanecer em vários setores
As lives de música, teatro ou outras formas de expressão, foram um marco na pandemia e devem permanecer em vários setores   Foto: AdobeStock

O ditado “o show tem que continuar” nunca esteve tão próximo do momento atual da cultura na nossa região. Após praticamente um ano e meio de pandemia, as palavras reinvenção e otimismo ganham sentido cada vez maior, combinando com o crescimento do número de vacinados. Mas ainda há um caminho a percorrer.


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Em comum, os participantes da live de segunda-feira (2) à noite do fórum A Região em Pauta, nas redes sociais do Grupo Tribuna, trazem a mesma ideia: nunca o apreço pela cultura, em suas diferentes expressões, foi tão vital par a saúde mental das pessoas. A conversa, comandada pela gerente de Projetos e Relações Institucionais, Arminda Augusto, e pelo editor de Galeria, Ronaldo Abreu Vaio, procurou mostrar os vários lados de uma mesma moeda.




“Eu confio no parecer do protocolo de saúde da Vigilância Sanitária. Sou a favor de máscaras e de testes rápidos. O teatro, num nível geral, é um lugar seguro. Ainda mais com a responsabilidade e disciplina. Espero que, logo, a decisão de ir ou não (a um evento cultural) seja individual”, afirma o ator e produtor Alexandre Borges.


Ele conta que, cidades onde já existe um protocolo formal para apresentações teatrais serão contempladas com seu espetáculo Pantera – Santos, sua terra natal, está no radar. A volta aos palcos, muitas vezes contemplada em ações solidárias, não tem nada a ver com autopromoção. “Quando a cidade permite, a gente vai. Não por um prazer ou saudade de estar no palco, mas eu sinto que há uma necessidade da nossa área retomar com cuidado”, argumenta Borges.


Lives, opção para democratizar


Ainda que não sejam ideais para o teatro, as lives, disseminadas durante a pandemia, vieram para ficar, na visão de Alexandre Borges. Para ele, podem funcionar como alternativa concreta para que pessoas normalmente afastadas do espetáculo, seja por questões econômicas ou geográficas, possam ter acesso a ele.


“Ele é fundamentalmente presencial (o teatro). A coisa coletiva, de todos viverem em comunhão, mas que, para cada um é de uma forma. O teatro tem esse forte, a presença física dos artistas. A live permite uma aproximação. Não é o ideal, mas pode dar uma alternativa para quem precisa dela”.


Otimismo


Toninho Campos, proprietário do Cine Roxy, prefere calcar seu otimismo nos números crescentes, após um período em que o cinema quase fechou as portas. Produções de impacto, que mobilizam pessoas em busca de experiências individuais e, ao mesmo tempo, coletivas, serão a chave do “novo velho normal” nas telonas. E o cinema não está ameaçado, segundo ele, pela onda crescente do streaming, intensificada durante a pandemia.


“O filme bom nunca vai sofrer concorrência do streaming. Essa procura pelo igual, as pessoas que sentem as mesmas coisas, têm as mesmas necessidades, querem se encontrar. E o cinema entrega isso de maneira única. O que precisa ter é produto”, pondera.


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