Roberto D'Ávila fala sobre carreira e Jô Soares em entrevista

Na entrevista, D’Ávila relembra o papo com Jô

Por: Estadão Conteúdo  -  02/08/21  -  06:52
  Foto: Zé Paulo Cardeal/Divulgação/Globo

Durante uma entrevista para a televisão, existem muitos fatores que podem ajudar a deixar o papo mais solto. Roberto D’Ávila, por exemplo, sabe que ser recebido por um entrevistado na própria casa dele proporciona um clima mais intimista. Foi o que aconteceu no dia em que gravou um bate-papo com Jô Soares para a GloboNews, há sete anos. E a conversa estará disponível aos assinantes do Globoplay + Canais a partir do próximo dia 9. O material faz parte de uma série de encontros históricos escolhidos a dedo, que comemoram os 25 anos da emissora focada em jornalismo – a primeira exibição da GloboNews aconteceu em 15 de outubro de 1996. Na entrevista a seguir, D’Ávila relembra o papo; fala da amizade e da admiração que tem pelo humorista e diz o que o motivou para, durante alguns anos, se dedicar à política – ele chegou a ser vice-prefeito do Rio de Janeiro, entre 1988 e 1992.


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Jô Soares não é o tipo de artista que dê muitas entrevistas. O senhor, no entanto, foi recebido na casa dele. Isso fez diferença?


A primeira vez que entrevistei o Jô foi em 1980, há 41 anos. Depois, com outras entrevistas que fizemos pelo caminho e muitos amigos em comum, também nos aproximamos. Ser recebido no espaço dele ajudou a dar um tom ainda mais intimista para nossa conversa.


Para exibir a entrevista, seu programa teve, excepcionalmente, uma hora de duração na época. Por quê?


O ideal teria sido fazer várias horas. Jô é um artista completo. Além do trabalho de uma vida plena, tem milhares de ótimas histórias para contar.


Jô Soares trabalhou durante muitos anos entrevistando pessoas. Isso o intimidou de alguma forma?


Ao contrário. Entrevistar alguém tão completo como o Jô é sempre um desafio muito saboroso. E se o entrevistador não der conta do recado, ele, com o talento que tem, sempre dará um show, não deixando a peteca cair.


Jô atua como humorista, escritor, apresentador, dramaturgo, diretor... Mas, na conversa com o senhor, falou de infância, da relação com artistas e políticos, de amores e de anseios. Como definir o momento de fugir dos assuntos profissionais e entrar nas questões pessoais?


O tempo vai agregando certa experiência, facilitando o andar da conversa. E isso vale para qualquer profissão. Também o fato de conhecê-lo há tanto tempo me permitiu entrar na intimidade dele de forma bastante natural.


O senhor também se envolveu na política nacional, ocupando cargos públicos, como o de deputado federal e vice-prefeito do Rio de Janeiro, por exemplo. De onde veio esse desejo?


Passei parte da minha infância e adolescência no Rio Grande do Sul, um estado muito politizado. Na minha casa, não era diferente. Sempre me interessei por política. Em 1986, apareceu uma chance histórica e me elegi deputado constituinte com o apoio e a insistência de dois mestres inspiradores: Leonel Brizola e Darcy Ribeiro. Depois, resolvi voltar para o jornalismo, já que o jogo bruto do poder não combinava com o meu temperamento mais apaziguador.


O senhor passou por canais abertos, até chegar à Globonews. A tevê fechada trouxe mais liberdade para tratar de alguns assuntos?


Sempre trabalhei com muita liberdade. Tanto na TV Bandeirantes quanto nas extintas TV Tupi e TV Manchete.


Na opinião do senhor, por que o público pode se interessar em ver, hoje, a entrevista realizada com Jô Soares há sete anos?


Porque um artista como ele é fonte de conhecimento e aprendizado, com diversão na certa. Como ele conta a sua história e fala sobre cultura, teatro e artes, é uma entrevista que não ficou datada. Vale a pena rever sempre.


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