Rapper Augusto Pakko escancara o drama de ser negro em novo single

Em pouco mais de um ano, Pakko já lançou seis singles, três feats com outros artistas e a recente colaboração com o Trap da Quebrada

Por: Lucas Krempel  -  02/12/20  -  12:20
Para 2021, ele pretende lançar a primeira mix tape
Para 2021, ele pretende lançar a primeira mix tape   Foto: Divulgação

Desde a morte de George Floyd por forças policiais em Mineápolis, nos Estados Unidos, em maio último, a luta contra o racismo ganhou força no mundo todo. Mas o racismo em si ainda está muito longe de ser exterminado. Crimes como os de Floyd e João Alberto, no Carrefour de Porto Alegre, acontecem diariamente no Brasil. Quase sempre na periferia, onde não há câmeras, muito menos apelo popular nas redes sociais.


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O rapper Augusto Pakko, de 23 anos, morador do Ilhéu Baixo, na Zona Noroeste, sabe bem o que é ser preto e viver sob esse perigo constante, apenas pela cor da pele. Seu novo single, Moncler, em parceria com o Trap da Quebrada, usa a marca de roupa de inverno como analogia para o “sangue frio que é preciso ter para sobreviver nas ruas”.


“A Moncler é uma marca de luxo, conhecida pela jaqueta puffer, para quem pratica esqui. E usei o conceito que é preciso ter sangue frio para tudo que estamos à mercê de acontecer para nós que somos pretos e periféricos. É narrando essa vivência com esse conceito que consegui unir moda e vivência”.


A faixa veio acompanhada de um videoclipe, que foi gravado na Vila Olímpia, em São Paulo, e no Saboó, em Santos. “Traz todo esse conceito à tona, além de narrar a vivência de um jovem preto periférico”, comenta Pakko sobre a produção audiovisual.


Em pouco mais de um ano, Pakko já lançou seis singles, três feats com outros artistas e a recente colaboração com o Trap da Quebrada. Para 2021, ele pretende lançar a primeira mix tape. “Ainda não posso falar sobre os sons”.


Carreira em alta


Os singles #Blacklivesmatter, Jesus Era Preto e 1038 ajudaram a impulsionar a carreira de Pakko, que chegou a ser incluído em uma playlist do ator, cantor e ex-BBB Babu Santana. A ideia era apresentar artistas negros em evidência no Brasil.


O reconhecimento, no entanto, acontece em São Paulo e outras grandes cidades, não no município de origem do rapper.


“Santos não é o lugar onde sou mais escutado. Em São Paulo, por exemplo, tenho muito mais público. Não sei se a galera daqui valoriza os artistas locais”, comenta.


Bastante engajado, Pakko teve um cuidado especial na hora de lançar #Blacklivesmatter. O lançamento aconteceu num dia 23, às 20h23. O número carrega uma simbologia triste: a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil.


Para conhecer o trabalho de Augusto Pakko, acesse o perfil dele no YouTube ou Spotify.


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