Poeta do rock, Chorão segue vivo na mente de amigos e fãs

Líder do CBJR completaria 50 anos em 2020

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  12/04/20  -  12:50
Atualizado em 12/04/20 - 13:09
Chorão: Marginal Alado tem estreia prevista para 2020 nos cinemas
Chorão: Marginal Alado tem estreia prevista para 2020 nos cinemas   Foto: Divulgação

Se estivesse vivo, o vocalista da banda Charlie Brown Jr (CBJR) teria completado 50 anos na última quinta-feira (9). Com espírito jovem e visto por quem esteve por perto como uma pessoa generosa, que colocava em suas canções temas que todos se identificavam, Chorão, que morreu há sete anos, continua conquistando fãs das novas gerações.


O baixista Heitor Gomes, que tocou na banda durante sete anos, lembra do lado humano aflorado que o compositor tinha na vida particular. “Ele sempre queria dividir com as outras pessoas o que conquistou financeiramente. Ele era um paizão”, afirma ele, dando como exemplo os recursos que o músico destinou para o Hospital do Câncer, em Barretos. 


“Ele ajudou a construir uma ala destinada ao descanso dos motoristas de ambulância que trazem pacientes do País inteiro”. O alojamento foi inaugurado em 2008 e levou o nome do pai de Chorão, Geraldo Abrão de Jesus, vítima de câncer.


“Depois do Charlie Brown, passei pelo CPM 22 e Pavilhão 9, mas o Charlie Brown continua sendo o nome mais forte. Até hoje, as maiores lembranças que eu tenho por parte dos fãs é desta banda”, conta. 


O guitarrista Marcão Britto, que junto com Chorão fez parte da formação inicial da banda, confirma que o vocalista foi seu grande parceiro musical. “Crescemos juntos musicalmente e ele era um cara muito autêntico. Boa parte das músicas relatavam uma história de vida dele, como Lugar ao Sol, sobre a perda do pai”, conta. 


Marcão acredita que esses relatos pessoais na poesia são o motivo que atraem novos fãs. “Por isso que a banda é tão ouvida. A banda em si não existe mais desde 2013, mas ainda está entre as mais ouvidas nas plataformas. E tem também a sonoridade, que ele sabia explorar muito bem. Ele era um artista diferente, que apresentou em suas músicas a fotografia de uma geração”, avalia. 


A viúva Graziela Gonçalves afirma que não é possível separar o artista Chorão da pessoa Alexandre Magno Abrão. “Ele não fazia questão de esconder sua autenticidade e deixou uma mensagem de amor, de união e de lutar pelos seus sonhos”. 


Por tratar de temas universais, ela considera que a obra de Chorão continua a conquistar novos fãs e “vai ser eterna”.


No dia do aniversário do pai, Alexandre Ferreira de Lima Abrão, de 29 anos, tentava fazer um vídeo em homenagem a ele. Não conseguiu. “Fiquei três dias mexendo nisso, vendo fotos e vídeos dele, mas ainda é difícil. Precisei parar. Apesar que este é um dia de comemoração para mim”, conta. Ele e alguns dos integrantes da banda preparavam uma turnê em comemoração aos 50 anos de Chorão, que teve que ser adiada por conta da pandemia. “A banda sem ele não existe. Mas, nesta homenagem, ele canta mais de 10 músicas no telão. Eu mesmo fiz os vídeos. Tem skate, rock, os riffs de guitarras dos meninos”. 


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