Paulo Rocha fala sobre a experiência de se rever em três fases diferentes da carreira

Devido à pandemia do novo coronavírus, edições especiais de Novo Mundo, Totalmente Demais e Fina Estampa ocuparam a programação da TV Globo

Por: Do Estadão Conteúdo  -  27/07/20  -  13:01
Atualizado em 27/07/20 - 13:03
Paulo Rocha falou sobre a experiência de se rever em três fases diferentes da carreira
Paulo Rocha falou sobre a experiência de se rever em três fases diferentes da carreira   Foto: Divulgação/TV Globo

A paralisação das gravações das novelas da Globo proporcionou a Paulo Rocha a inusitada experiência de se rever em três fases diferentes da carreira. Devido à pandemia do novo coronavírus, edições especiais de Novo Mundo, Totalmente Demais e Fina Estampa ocuparam a programação da emissora.


Dessa forma, o ator aparece às 18 horas como general Avilez, às 19 horas na pele do vilão Dino e às 21 horas com o personagem que deu início à sua carreira no Brasil, o apaixonado Guaracy. Segundo Paulo, hoje seu olhar para cada etapa é mais prático.


Na entrevista a seguir, o português de 43 anos fala sobre sua presença nas reprises dos folhetins e qual o balanço que faz da sua trajetória artística no Brasil, desde que começou a trabalhar no país em 2011. Além disso, o ator comenta o que anda ouvindo dos fãs sobre os personagens e as lições que tirou de cada experiência profissional. Ele ainda dá detalhes do seu isolamento social com a família e conta como encara esse momento de flexibilização da quarentena.


Você está no elenco de Novo Mundo, de Totalmente Demais e de Fina Estampa. Como é se ver em três novelas de períodos diferentes?


Com as obrigações correntes do dia a dia, fica praticamente impossível acompanhar as três novelas. Então, vou tentando ver um pouco de cada uma e é muito interessante analisar sem toda uma expectativa e o condicionante de estar gravando ao mesmo tempo. É interessante ver o trabalho com algum distanciamento. E isso me permite observar os personagens e as performances de forma mais real e prática.


Fina Estampafoi a sua primeira novela brasileira. Que balanço você faz da sua trajetória artística no País de 2011 para cá?


Na parte artística, com certeza, um grande processo evolutivo. Aliás, é muito difícil referir o processo artístico sem pensar no processo evolutivo pessoal. Ambos foram incríveis, estão e vão continuar sendo. Acredito que esse tempo me formou como homem e ator. Penso também nas experiências com os colegas e diretores que tenho conhecido aqui, no Brasil, desde que cheguei.


Totalmente Demais continua positivamente na boca do povo. O que as pessoas falam a você sobre o Dino?


Normalmente, quando as pessoas comentam, elas falam sobre o caráter dos personagens. Muitas dizem que me detestam às 19 horas e me adoram às 21 horas (risos).


Que lições você tirou das experiências em Fina Estampa, Totalmente Demais e Novo Mundo?


Não vou dizer que Fina Estampa foi uma adaptação, porque eu não tinha qualquer expectativa de ficar. Eu chegava para trabalhar em um lugar enorme como a TV Globo, que fazia parte do meu imaginário de criança, contracenando com colegas que eu admirava. Acredito que a novela está me ensinando mais agora, pois eu menosprezei muito o Guaracy durante um tempo. Fiquei feliz de perceber que a memória que eu tinha do Guaracy era um pouquinho injusta com ele e comigo também. Em Totalmente Demais, tínhamos uma equipe carinhosa, fomos muito cuidados e respeitados artisticamente. Em Novo Mundo, foi interessante voltar a fazer um personagem português depois de anos tentando desmitificar a questão do sotaque.


Como tem sido esse período de isolamento social?


Felizmente, tenho essa bênção de que ninguém da minha família foi contaminado pelo coronavírus. Também estou num sítio em contato com a natureza. Tenho procurado cavar a terra, rachar a lenha, fazer adubo. Sou eu quem está fazendo o pão aqui em casa, reavivei algumas receitas de pães diferentes de Portugal. Desde que começou o confinamento, nem um seriado eu tive tempo de assistir. A gente mal tem tempo para se coçar, como se diz em Portugal. Mas tem dias que são mais difíceis de levar, principalmente se você não fizer uma triagem das informações que circulam.


Como você vê este momento em que muitos lugares já estão flexibilizando o período de quarentena?


Enxergo de forma cuidadosa porque é uma questão muito complexa. Há uma série de perspectivas igualmente válidas que precisam ser observadas. Para alguns, a flexibilização é imprescindível, pois necessitam se sustentar. Assim como existem pessoas que podem se resguardar e enxergam esse momento de outra forma. Eu penso que a flexibilização precisa ser feita de forma consciente e cuidadosa.


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