Paulo Crumbim, o santista por trás da graphic novel do Penadinho

Quadrinista prepara, junto com a esposa Cristina Eiko, o segundo volume do fantasminha da Maurício de Sousa Produções

Por: Lucas Krempel  -  04/02/20  -  13:20
O casal Cristina Eiko e Paulo Crumbim assumiu a graphic novel do Penadinho
O casal Cristina Eiko e Paulo Crumbim assumiu a graphic novel do Penadinho   Foto: Rafael Roncato / Divulgação

As histórias em quadrinhos (HQ) da Maurício de Sousa Produções (MSP) são sucesso absoluto há décadas no Brasil. Recentemente, com as graphic novels, o estúdio contratou diversos quadrinistas renomados. Um deles é o santista Paulo Crumbim, que junto com a esposa Cristina Eiko, deu uma nova roupagem para Penadinho, o fantasminha, que ganhará um segundo volume em breve.


Aos 36 anos, o publicitário afirma que a ligação com as HQs aconteceu em etapas, nada muito planejado, durante a faculdade.


“Entrei em uma agência aí em Santos (extrapontocom). Lá, por já desenhar e começar a ter interesse em fazer animações, fui estudar em uma escola de animação em São Paulo, onde conheci pessoas que já estavam inseridas no mercado de animação e não demorou muito para que começasse a me aventurar e produzir”.


Posteriormente, Crumbim trabalhou em um estúdio de animação. Durante quase uma década, o santista trabalhou em filmes como Uma História de Amor e Fúria (primeiro longa brasileiro de animação a ganhar o prêmio de Annecy na França).


Foi justamente nessa épca que ele conheceu a esposa, que o estimulou a voltar a ler quadrinhos. “Aos poucos, entre um trabalho e outro de animação, começamos a fazer nossos quadrinhos, até que, em dado momento, já estávamos nos dedicando totalmente à produção de histórias em quadrinhos”.


Crumbim conta que durante essa transição da animação para os quadrinhos, ele também chegou a trabalhar na equipe de produção de vídeos e infográficos do jornal Folha de São Paulo.


O primeiro trabalho junto com Cristina na animação. Os dois trabalharam com uma grande equipe no filme Asterix e os Vikings. O debute do casal nas HQs foi com o sucesso Quadrinhos A2, em 2011, que segue em produção até hoje.


“Acreditamos que os leitores se identifiquem com as histórias porque basicamente elas são sobre situações do cotidiano, coisas simples que podem acontecer a qualquer um que more em um centro urbano. Isso aproxima o leitor da história que contamos. Hoje, Quadrinhos A2 conta com seis livros e já estamos trabalhando num próximo”, revela.


Sempre muito sincero, o santista conta que foi um leitor assíduo das histórias da Turma da Mônica, mas sabe da responsabilidade de estar envolvido nas graphic novels.


“Trabalhar com os personagens do Mauricio de Sousa é uma oportunidade incrível. Ele por décadas construiu um público imenso de suas histórias, então ao mesmo tempo em que é incrível, é também uma grande responsabilidade”.


As influências de quadrinistas de Crumbim eram outras. “Muito provavelmente pelo envolvimento com a cena hardcore/punk e também por frequentar sebos de Santos, conheci a Chiclete com Banana (Angeli) e o personagem Bob Cuspe, além das revistas do Glauco, Laerte e Fernando Gonzales. Daí, logo me identifiquei com esses quadrinhos”.


A continuação de Penadinho deixou o santista muito empolgado. “Ter a oportunidade de fazer essa sequência, uma vez que os personagens já foram apresentados, é a chance de se aprofundar um pouco mais em cada um. Isso, hoje, é o mais prazeroso”.


Penadinho 2, ainda sem data de lançamento prevista, deve ocupar boa parte da temporada do casal. Mas para os anos seguintes, assim como o Quadrinhos A2, Crumbim e Cristina pretendem lançar ao menos outros dois projetos de livros.


Ligação com a música
A cultura sempre foi muito presente na vida do santista. Antes da faculdade, chegou a ser baterista da banda de punk rock Dekreptus.


“Desde as minhas primeiras lembranças da infância, quando ainda sem entender muito bem o que estava acontecendo, presenciava rodas de samba na casa da minha vó. Provavelmente daí veio meu interesse por tocar bateria. Porém meu gostou musical pegou outro caminho e acompanhei e fiz parte da efervescência da cena hardcore, punk dos anos 1990 e início de 2000 em Santos”.


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