Passado e presente se encontram em 'Memórias Póstumas em Púlpito'

Espetáculo marca a estreia do Coletivo Tetrix, que une passado e presente na peça Memórias Póstumas em Púlpito

Por: Beatriz Araujo & Colaboradora &  -  21/02/21  -  11:45
Coletivo nasceu há um ano, dentro do curso da Escola de Artes Cênicas (EAC), e estreou nesta semana
Coletivo nasceu há um ano, dentro do curso da Escola de Artes Cênicas (EAC), e estreou nesta semana   Foto: Pedro Dornelles/Divulgação

E se figuras como Pagu, Saturnino de Brito, Plínio Marcos e Dudu do Gonzaga retornassem à cidade de Santos nos dias atuais? Eles encontrariam avanço ou retrocesso nas lutas que se destacaram? Esta ponte entre o passado e o presente, repleta de questionamentos e referências, é o foco da peça Memórias Póstumas em Púlpito, lançada neste fim de semana.


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O espetáculo é a estreia do Coletivo Tetrix de teatro, que dará vida às memórias de oito personalidades que marcaram a história de Santos. Elas serão reveladas ao decorrer da apresentação. “Contrapomos personagens que são conhecidos com outros que nem tanto, por terem sido apagados pela história”, afirma o idealizador e diretor da peça, Jachson Bispo.


O palco dos artistas será a Estação Valongo, dando tom à questão temporal e reafirmando a identidade da cidade. Por conta da pandemia, a encenação contará apenas com a interação virtual do público.


Memórias Póstumas em Púlpito, com 40 minutos de duração, pode ser assistida pela plataforma IGTV no Instagram do Coletivo Tetrix ou pelo Youtube.


O espetáculo foi contemplado pelo Prêmio Alcides Mesquita, o Mesquitinha, da Secretaria de Cultura de Santos. A partir disso, o projeto recebeu recursos disponibilizados pela Lei Aldir Blanc.


Reconhecimento


“Nós prezamos muito por honrar os que vieram antes de nós. A gente precisa respeitar os nossos antepassados e ancestrais. Quem fez história e lutou de forma coesa pela democracia e pela sociedade? Nós não podemos esquecer dessas pessoas”, exalta Bispo, em nome do Coletivo.


Esse diálogo entre as gerações será constante durante o espetáculo. Saturnino de Brito, por exemplo, dará voz à necessidade de expansão do saneamento básico para as comunidades que integram a cidade. “A periferia não pode ficar à marcê”.


Pagu, por sua vez, falará sobre o espaço da mulher nas áreas culturais. Já Plinio Marcos questionará a elitização da arte na região. Além disso, assuntos como transfobia, vulnerabilidade social, feminicídio e racismo também marcarão o espetáculo pela ótica dos demais personagens que também serão explorados.


Coletivo tetrix


O Tetrix nasceu dentro da turma de primeiro ano do curso de Artes Cênicas da Escola de Artes Cênicas (EAC) Wilson Geraldo, no ano passado. De forma independente, nove integrantes de diversas idades se uniram para expandir, ainda mais, seus horizontes artísticos.


“O Coletivo Tetrix é uma junção, um encaixe, de pessoas diferentes que se unem virtualmente. Um coletivo em desconstrução e construção. Por isso o nome, que lembra o jogo”, explica Jachson Bispo.


Além disso, o grupo afirma que está aberto para novos integrantes, projetos e propostas. “Estamos iniciando e ainda não sabemos as contrapartidas do universo. Então estamos abertos”. O contato com a equipe pode ser feita por meio do Instagram @coletivo_tetrix.


Em breve, conforme adiantou Jachson Bispo, haverá uma seleção de atrizes transexuais para o Coletivo. “Queremos compor o elenco com pessoas de diversos saberes, para complementar nosso joguinho de Tetris”.


Vida à existência


Jachson Bispo é o idealizador do Coletivo Tetrix e foi quem escreveu o roteiro inicial de Memórias Póstumas em Púlpito, complementado em conjunto posteriormente. (Foto: Kelly Jandaia/Divulgação)


“Ano passado, eu me reinventei. Quis colocar um pouco de arte na minha vida, fazer algo em uma área diferente”, revela o pernambucano Jachson Bispo, de 40 anos, que trabalha na Autoridade Portuária de Santos há cerca de 15 anos e agora se encontrou artisticamente no teatro, sendo o idealizador do Coletivo Tetrix.


Ele conta que em sua vida pessoal já escreveu livros e até realizou performances drag queens. E apesar de se considerar um consumidor de arte, sua carreira na encenação teve início apenas em 2020, na Escola de Artes Cênicas Wilson Geraldo (EAC). “Percebique quero dar vida à minha existência e esse é o meu caminho”.


#PapoTX


NoInstagram do Coletivo Tetrix(@coletivo_tetrix), está acontecendo uma série delivesque entrelaçam arte e questões sociais. Confira os próximos bate-papos, que são transmitidos sempre a partir das 19 horas:


Neste domingo (21):Conflito geracional na militância– Entrevista com a atriz, diretora e professora Imara Reis.


Segunda-feira (22):Saneamento básiconas palafitas– Entrevista com o professor de História Jonathan Gomes.


Terça-feira (23):Intolerânciareligiosa– Entrevista com o líder umbandista Alexandre Arruda.


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