Os 15 anos do icônico 'Imunidade Musical' de Charlie Brown Jr.

Clima de mudanças marcou as gravações do álbum, o oitavo da discografia da banda

Por: Lucas Krempel  -  02/09/20  -  10:05
Álbum da Charlie Brown Jr. virou um divisor de águas para os integrantes da banda
Álbum da Charlie Brown Jr. virou um divisor de águas para os integrantes da banda   Foto: Divulgação

Em 2005, a Charlie Brown Jr. viveu um dos momentos mais conturbados de sua história. As desavenças entre os integrantes da banda levaram às saídas de Renato Pelado (bateria), Champignon (baixo) e Marcão Britto (guitarra), logo no início daquele ano.


Na época, muitos fãs especularam um possível fim da banda, mas Chorão, o vocalista, continuou com o grupo. Adicionou o baixista Heitor Gomes e o baterista André Pinguim Ruas para seguir adiante. Thiago Castanho ficou como único guitarrista.


Foi nesse clima de mudanças que a banda entrou em estúdio para gravar o álbum Imunidade Musical, o oitavo da discografia da Charlie Brown Jr. A experiência, aliada à técnica dos novos integrantes, garantiu um resultado muito satisfatório, apesar da desconfiança do público.


Imunidade Musical, que agora completa 15 anos, virou um marco da transformação do Charlie Brown Jr, contendo hits memoráveis como Lutar Pelo Que é Meu, Ela Vai Voltar (Todos os Defeitos de Uma Mulher Perfeita), Senhor do Tempo, entre outras.


O clima contribuiu bastante para a criação do disco. Segundo Pinguim, a banda estava acompanhada de uma equipe de primeira linha, incluindo Rick Bonadio, Lampadinha, Paulo Anhaia e Rodrigo Castanho, no estúdio Midas, em São Paulo.


“Imunidade Musical é o disco mais importante da minha vida. Foi o divisor de águas, a plenitude musical. Tudo que aprendi, tudo que estudei até o momento, eu pude colocar nesse disco. Chorão deixou a gente muito livre para criar”, comenta Pinguim.


A empolgação do baterista com o álbum era tão grande que ele gravou as 23 faixas em apenas dois dias. “Se deixasse gravaria tudo no mesmo dia, mas o Rick pediu para ir com calma e deixar para o dia seguinte. A sonoridade estava animal”.


Heitor recorda que o grande desafio foi manter a tranquilidade para gravar o seu primeiro grande disco. Mas os elogios de Rick Bonadio e Chorão os deixaram muito mais leves para cumprir suas partes. “Ainda não tinha adquirido tanto aquela bagagem que viria a ter nos próximos discos. Fiquei muito ansioso, querendo fazer a melhor gravação, mas deu tudo certo. Uma honra participar dessa construção, foi a realização de um sonho”, explica o baixista.


Filho do icônico baixista Chico Gomes, Heitor não pensa duas vezes na hora de escolher a faixa predileta do álbum.


“Senhor do Tempo, sem dúvida. É uma composição minha, em parceria com o Chorão. Ela é especial, porque se tornou referência no disco. Até hoje é uma canção muito querida pelos fãs. Foi a primeira música registrada no âmbito radiofônico brasileiro com two-handed tapping, uma técnica que consiste em tocar o contrabaixo com as duas mãos em cima das cordas. Tem uma letra linda, uma mensagem muito positiva”.


Pinguim, por sua vez, vai em outro hit. Ele cita Lutar Pelo Que é Meu, principalmente pela levada diferente da música. “Desde que o Chorão mostrou a canção já pensei nessa levada. É a mais marcante da minha vida. A gente fez um show num estádio lotado e gravamos um clipe dela. Depois virou trilha sonora da Malhação, a identificação com os jovens foi imediata, muito grande”.


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