Netflix lança 'Sergio': uma luz na história de um mito brasileiro

Diplomata Sérgio Vieira de Mello, falecido em 2003, é interpretado por Wagner Moura em longa da plataforma, que chega nesta sexta-feira

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  16/04/20  -  11:57
Atualizado em 16/04/20 - 12:04
Relação com a namorada e companheira de trabalho também é retratada no longa
Relação com a namorada e companheira de trabalho também é retratada no longa   Foto: Reprodução

Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o carioca Sérgio Vieira de Mello foi o primeiro brasileiro a ocupar um cargo no alto escalão da Organização das Nações Unidas (ONU). Morto em um atentado terrorista em Bagdá, no Iraque, em 2003, ele era apontado como provável substituto de Kofi Annan na secretaria-geral da ONU.


Homenageado com um busto próximo do Emissário Submarino, em Santos, o diplomata tinha como grande trunfo sua facilidade em negociar acordos de paz em áreas turbulentas pelo mundo. Tais histórias, no entanto, nunca tiveram atenção em Hollywood.


Agora, quase 17 anos após a morte do carioca, a Netflix estreia o longa Sergio. A cinebiografia, que estreia nesta sexta-feira (17) na plataforma, retrata Mello em missões no Timor-Leste, Camboja e Iraque. Mas também mostra o diplomata em suas relações pessoais.


O filme utiliza o recurso de flashback de operações de Mello pelo mundo, enquanto sua atuação e o ataque em Bagdá são apresentados ao público.


Moura, mais uma vez, está muito bem em cena. Falando em boa parte do filme em inglês, o ator se destaca nos momentos de conflitos. Em uma das cenas, ele é confrontado por um líder do Timor-Leste, que o questiona se a ONU ficará apenas assistindo os massacres no país, tal como ocorreu na Bósnia e Ruanda. As duas missões, por sinal, são duas das maiores falhas da história da ONU.


Em outra cena marcante de Sergio, o diplomata discute com Paul Bremer, enviado por Bush ao Iraque. “A ONU trabalha para nós, ele não pode tomar iniciativa”, reclama o norte-americano ao saber que Sérgio agendou uma reunião com o Aiatolá Sistani, com o intuito de organizar as eleições iraquianas e o fim da ocupação americana.


“A ONU não é ferramenta de ninguém. Somos uma organização independente. O secretário-geral Kofi Annan e eu não dependemos de ninguém. Então não venha me sugerir que estamos aqui para ajudar os EUA e a coalizão”, rebateu o diplomata em entrevista.


Com a demora em chegar a um acordo para o fim da ocupação norte-americana no Iraque, Mello virou alvo da Al-Qaeda, que assumiu a autoria do ataque.


Uma cinebiografia cuidadosa e recomendada para quem está em busca de heróis e mitos brasileiros nos dias atuais.


Diplomata Sérgio Vieira de Mello, falecido em 2003, é interpretado por Wagner Moura em longa da Netflix, que chega amanhã


Relação com a namorada e companheira de trabalho também é retratada no longa. Os dois se conheceram no Timor-Leste.


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