Morre o cantor e compositor Léo Canhoto, da dupla com Robertinho

Cantor paulista tinha 84 anos e foi um dos pioneiros a inserir guitarra no universo caipira, abrindo caminho para as gerações seguintes

Por: Por ATribuna.com.br  -  26/07/20  -  15:58
Cantor estava internado há três semanas com uma pneumonia
Cantor estava internado há três semanas com uma pneumonia   Foto: Reprodução/Redes Sociais

O universo sertanejo está em luto. Morreu neste sábado (25) o cantor e compositor Leonildo Sachi, mais conhecido como Léo Canhoto, em São Paulo. O artista tinha 84 anos e fez fama ao lado de Robertinho, seu parceiro mais marcante. Ele estava internado há três semanas com uma pneumonia e não resistiu após sofrer três paradas cardíacas.  


A informação foi confirmada pelo cantor Dino Santos, com quem Léo Canhoto estava tocando nos últimos dois anos, depois de desfazer a dupla com Robertinho. “Ele foi um revolucionário. Deixou um trabalho fenomenal. E vamos continuar levantando essa bandeira”, escreveu, em publicação no Facebook.  


Nascido em Anhumas, no interior paulista, Léo Canhoto foi criado no Paraná. Ele ganhou o apelido porque costumava inverter as cordas do violão para tocar com a mão esquerda. O músico começou se apresentado no circo, antes de tentar a sorte em diversas duplas e grupos. Nos anos 1960, ele começou a ganhar destaque como compositor, além de atuar com empresário e produtor de duplas sertanejas.  


Em 1969, ele conheceu Robertinho, com quem formou sua dupla mais marcante. Eles foram os primeiros artistas do sertanejo a ganhar um disco de ouro pela música Apartamento 37, uma composição de Canhoto.  


A dupla ficou conhecida pela inovação no gênero musical, usando cabelos compridos e roupas extravagantes, medalhões e jóias na esteira do sucesso da Jovem Guarda no país. Fã dos Beatles e de Elvis Presley, Canhoto também começou a usar teclados, guitarras e instrumental eletrônico nos discos de sertanejo, antes feitos majoritariamente com violas.  


O estilo de Léo Canhoto e Robertinho influenciou diversos cantores que fizeram sucesso nos anos seguintes, de Milionário e José Rico a Chitãozinho e Xororó. Além de aparições na TV, a dupla atuou no filme Chumbo Quente, de 1977, escrito por Léo Canhoto.  


Léo Canhoto e Robertinho se separaram em 1983, mas depois voltaram a tocar juntos entre idas e vindas até 2018, quando se separaram pela última vez. O último trabalho de Canhoto é o disco Divino Pai Eterno, ao lado da nova dupla, Dino Santos, lançado neste ano.  


Além da influência no sertanejo moderno e das dezenas de discos e composições - incluindo seu maior sucesso, O Último Julgamento -, Léo Canhoto teve uma influência improvável no funk. Isso porque diversos DJs do gênero, no Rio de Janeiro, nos anos 1990 e 2000, passaram a remixar diálogos e efeitos e fazer montagens com músicas da dupla, como O Homem Mau, Jack, o Matador e Chumbo Quente. 


*Com informações da Folha de S.Paulo


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