Maria Sil solta a voz e a língua em EP

Cantora de SV lança campanha para viabilizar produção visual

Por: Bruna Faro & Da Redação &  -  06/07/19  -  13:43
  Foto: Andrey Haag / Divulgação

Maria Sil usa sua voz para expressar a força e a luta de uma comunidade diversificada, em busca de seus direitos. De São Vicente, a jovem de 27 anos é transvestigênere formada em artes dramáticas. Desde 2016, escreve músicas poéticas e reflexivas.


Em seu primeiro single, 'Olhos Amarelos', compartilhou sua vivência com o vírus HIV. “Do segredo, da vergonha e do medo de ser assim. Positivo”, cantou a artista, revelando sua história àqueles que precisam de palavras de resistência.


E ela continua a discursar de forma artística. Atualmente, está produzindo seu EP visual 'A Carne, A Língua, O Vírus'. Porém, precisa de R$ 5 mil para concluir o vídeo. Para viabilizá-lo, a cantora e compositora criou uma vaquinha online. Até agora já foram arrecadados R$ 1.120. Para conseguir os R$ 3.880 restantes, a campanha ficará ativa até 7 de setembro.


O EP visual contará com duas músicas, 'Manchetes de Jornal' e 'Silêncio', mais o cântico 'Fogo'.Todas as canções serão apresentadas em um vídeo artístico, dirigido por Andrey Haag, produzido por Malka e distribuído pela Trava Business.“Além desses profissionais cobrarem valores acessíveis, oferecem outras lógicas de troca de serviço, de troca de tempo”, declara a artista, que se sente acolhida pela empresa.


O clipe e as letras trazem críticas, reflexões sociais e relatam sua luta. Em 'Manchete de Jornais', a tela ficará repleta de matérias sobre aids. Já Silêncio fala sobre a juventude do País que vive uma crise política. “O EP começa dando um panorama de como foi a construção social da aids e depois entra nessa reflexão do que é ser jovem no Brasil de hoje”.


E Maria Sil guarda uma surpresa para quem colaborar com seu EP. “Um livreto encadernado à mão, onde narro o processo de criação desse trabalho”, explica ela, que vai enviá-lo a quem colaborar na campanha.


Sua intenção é alertar e mostrar a visão da sociedade sobre a arte, o preconceito e a comunidade LGBTQI. Para isso, ela pensa em cada significado de seu trabalho. Todas as palavras do título do EP têm um porquê. A carne representa seu corpo, a língua, sua fala e o vírus, o HIV.


As canções podem parecer pessoais, mas a mensagem é sobre toda uma comunidade. “A gente está ascendendo totalmente, como é o exemplo de algumas artistas trans. Mas sabemos que a distância é diferente. Eu não tenho espaço”, contesta a artista. “Às vezes, o seu território já delimita que determinados espaços não são uma possibilidade”.


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