Lost Girls: Os Crimes de Long Island: boa alternativa para assistir em casa

Com as salas de cinema em compasso de espera, streaming se torna opção. Filme da Netflix foi lançado recentemente

Por: André Azenha - Crítico de Cinema & Especial para A Tribuna &  -  19/03/20  -  10:31
Atualizado em 19/03/20 - 10:37
Longa retrata história vivida por uma mãe que tenta descobrir o paradeiro da sua filha desaparecida
Longa retrata história vivida por uma mãe que tenta descobrir o paradeiro da sua filha desaparecida   Foto: Divulgação

Pela primeira vez de que me entendo por gente presenciamos uma semana sem lançamento nos cinemas, em virtude da crise causada pela pandemia de coronavírus. 


A alternativa é comentar uma estreia no streaming. No caso, Lost Girls: Os Crimes de Long Island chegou ao Netflix recentemente. 


Trata-se da drama-tização da história vivida pela mãe que buscou, incessantemente, tentar descobrir o paradeiro da filha desaparecida. 


O filme é uma adaptação do livro Lost Girls: An Unsolved American Mystery, de Robert Kolker. Acompanha Mari Gilbert (Amy Ryan, indicada ao Oscar por Medo da Verdade, 2007) em sua busca desenfreada para resolver o caso do desaparecimento de sua filha mais velha, Shannan (Sarah Wisser), garota de programa que desapareceu em 2010 na região de Long Island, nos Estados Unidos. 


Pelo caminho, ela enfrenta o descaso das autoridades e parte para a investigação por conta própria, lidando com o comissário Richard Dormer (Gabriel Byrne, de Assalto a 13º DP).


Como costuma suceder, o policial quer evitar alarde e chamar a atenção da imprensa. Há ainda o preconceito da sociedade, o machismo, aquela velha história de “ela não devia estar na rua tal horário” etc. Ou seja, a culpabilização da vítima. 


Liz Garbus, indicada ao Oscar de me<CW-21>lhor documentário pelo sensacional What Happened, Miss Simone? (2015), também da plataforma, volta a retratar a saga de mulheres que sofreram de todas as formas as injustiças do cotidiano e buscaram romper barreiras. 


Percebe-se um pouco de dificuldade da realizadora em transitar do documentário à ficção. Falta ritmo ao desenvolvimento da trama. No entanto, tal qual Luta por Justiça, lançado este ano nos cinemas, Lost Girls é o típico filme cujo conteúdo vale mais que a forma, o estilo. 


Vale ressaltar as atuações de Amy Ryan e de Thomasin McKenzie, que interpreta a filha mais velha e brilhou como a garota judia de Jojo Rabbit


Sugestão


De temática parecida, vale conferir em sequência o premiado e superior Três Anúncios Para um Crime, igualmente sobre uma mãe (Frances McDormand, ganhadora do Oscar pelo trabalho), que também não se deixa aquietar e parte para cima da Justiça para descobrir o que houve com sua filha. 


Lost Girls: Os Crimes de Long Island (Lost Girls); Estados Unidos. 2020, 95 minutos. Direção de Liz Garbus. Com Amy Ryan, Thomasin McKenzie, Gabriel Byrne, Oona Laurence. 


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