Longe do 'Rappa', Falcão estreia nova fase da carreira com disco solo

Com 'Viver (Mais Leve que o Ar)', músico explora parcerias, monta um time poderoso de instrumentistas e agrada

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  14/03/19  -  08:48
  Foto: Divulgação

A expectativa em cima do primeiro trabalho solo de Marcelo Falcão, ex-vocalista d’ O Rappa era grande. Quem não acompanha o músico no dia a dia, mal imaginava o que poderia ter de novidade no registro. E, o resultado não poderia ser melhor. Conseguiu se distanciar da sonoridade do antigo grupo, ressurgiu renovado e acompanhado de metais. O disco 'Viver (Mais Leve que o Ar)' é, sem dúvida alguma, um dos trabalhos mais surpreendentes do primeiro trimestre.

 

Lançado pela Warner Music, o disco conta com 13 faixas autorais e participações especiais do poeta, cineasta e músico pernambucano Lula Queiroga e de Cedric Myton, integrante do mítico grupo The Congos.

 

Falcão conversou com A Tribuna, por telefone, e revelou que entre muitas inspirações, se influenciou pelo amigo Mano Brown, do Racionais MCs.

 

“Quando vi a virada que ele deu na carreira solo e fez um disco excepcional e totalmente diferente do trabalho dele com os Racionais, me senti motivado. É um desafio você sair daquilo que está acostumado a fazer”.

 

O cantor sabe que nessa nova etapa da carreira ter o apoio dos fãs da antiga banda é uma incógnita. Mas garante que o apoio que tem recebido tem surpreendido.

 

“No início, os fãs esperam que vá vir algo na linha do Rappa, é natural. Mas quando eles viram que era uma proposta diferente, começaram a dar uma outra atenção. Lançamos os singles que foram mostrando o novo caminho. Depois que o disco saiu, muitos mandaram mensagens de apoio”.

 

A verdade é que fica muito difícil um fã do Rappa ignorar a nova obra do cantor. A faixa 'Eu Quero Ver o Mar', com uma orquestração incrível do maestro e arranjador Arthur Verocai (Jorge Ben, Marcos Valle, Gal Costa), é um bom exemplo.

 

E, se a sonoridade tem um capricho por parte da imensa gama de colaboradores de Falcão, os versos também são fortes. Sem perder a veia crítica, o músico consegue falar de assuntos pesados, mas com leveza, uma positividade no ar.

 

“Quando comecei a pensar nesse disco, o Brasil já estava vivendo um momento muito complicado. As pessoas estão muito intolerantes. Elas brigam por causa de políticos, mas nós somos os prejudicados. Ninguém deveria brigar por eles”.

 

Falcão afirma ainda que as coisas pioraram ainda mais no início do ano. Sem fazer defesa ou acusação de nenhum político, o músico citou as tragédias recentes para dizer que o momento é de passar uma mensagem positiva para as pessoas.

 

“Começamos o ano com a tragédia em Brumadinho, no CT do Flamengo, as chuvas no Rio e em outros estados. São tragédias que poderiam ser evitadas. Todos sabem disso, mas a ganância predomina, infelizmente”.

 

Sem planos para uma grande turnê nacional, por enquanto, Falcão conta que pretende priorizar as capitais. O circuito mais regional deve entrar na sequência.

 

“Nesse primeiro momento vamos tocar nas capitais, temos alguns shows marcados, queremos experimentar esse formato novo. É uma fase nova da minha carreira e estou muito empolgado”, comenta o músico.

 

Enquanto não vem para a Baixada Santista, o público pode conferir o disco de Falcão nas plataformas de streaming.

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