Quando lançou I Choose the Blues, seu álbum de estreia, em 2017, o guitarrista catarinense Leo Maier já apresentou um cartão de visita impressionante. No Blog n’ Roll, o icônico Nuno Mindelis festejou o debute do blueseiro: “pessoas nascem, se apaixonam pelo blues nos moldes tradicionais e, principalmente, respeitam com sabedoria os seus mestres. Seria ótimo se todos aprendessem com as raízes como ele fez”.
Agora, três anos após essa estreia, Leo Maier disponibiliza Distant Tones, seu segundo disco de estúdio nas plataformas de streaming. Mais intimista, acústico e reflexivo, o álbum carrega influências marcantes, como Blind Willie Johnson, Lightnin’ Hopkins, Big Bill Broonzy, Tampa Red, entre outros. Mas não para por aí.
“Fui influenciado por outros estilos acústicos como a música caipira e o folk. Não que eu tenha pensado nisso durante o processo de composição, mas tive essa impressão ouvindo o disco depois. Nas instrumentais com o slide, por exemplo, ficou claro a influência do David Gilmour e do Ry Cooder na minha música”, destrincha o músico.
A sonoridade mais acústica e intimista está relacionada com a pandemia, garante Maier, que escreveu o álbum no segundo mês do isolamento social.
“Estava sozinho no meu apartamento expressando meus sentimentos e minhas impressões em forma de música. Lembro de ter pensado em gravar um disco acústico, mas isso era plano para o futuro. A pandemia veio e mudou tudo. Acabei optando por não gravar com a banda em função do distanciamento social e falta de ensaios para essa novas composições. Tive dois músicos convidados apenas: Fernando Santos na gaita e Alexandre Green no piano”.
Minimalista, Distant Tones aborda saudade, esperança e solidão. Para o catarinense, Better Times é o grande retrato do atual momento para ele.
“Ela fala da esperança por tempos melhores. Estamos presenciando uma fase complexa e única na história da humanidade e nos perguntamos quando isso vai passar. Nessa letra eu começo com a frase Hey, meu querido(a) amigo(a), logo tudo ficará bem.... Pensei em todas as pessoas aflitas, sem esperança e que estavam se sentindo sozinhas naquele momento. Foi uma forma de comunicar e musicar, mesmo que distante”.
Distant Tones conta com dez canções, sendo cinco instrumentais e outras cinco com vocais.
Além da carreira como blueseiro, Leo Maier também assina a coluna Conhecendo o Blues, no Blog n’ Roll, na qual conta um pouco da trajetória dos maiores nomes do gênero. Howlin’ Wolf e Koko Taylor foram os primeiros. Lightnin’ Hopkins é o tema da coluna de hoje.