Lúcio Mauro Filho conta que está adorando rever seu papel em Malhação - Viva a Diferença

O papel marcou seu retorno aos folhetins após 18 anos dedicados ao humor na linha de show da emissora

Por: Do Estadão Conteúdo  -  01/06/20  -  16:01
Atualizado em 01/06/20 - 16:09
Lúcio Mauro Filho durante cena de Malhação
Lúcio Mauro Filho durante cena de Malhação   Foto: Reprodução/TV Globo

Não há tempo ruim que tire o largo sorriso do rosto de Lúcio Mauro Filho. No ar na reprise de Malhação - Viva a Diferença, que voltou à Globo por conta da pandemia do novo coronavírus, que paralisou as gravações da nova temporada do produto, o ator e comediante revive as emoções de ter interpretado Roney na novela adolescente.


O papel marcou seu retorno aos folhetins após 18 anos dedicados ao humor na linha de show da emissora. Hoje, distanciado da figura do pai de Keyla (Gabriela Medvedovski), ele vê com clareza seu crescimento como artista após as aventuras vividas na história de Cao Hamburger.


Nesta entrevista, o ator de 45 anos fala sobre como se sentiu ao rever Malhação - Viva a Diferença; quais foram as demandas que o personagem exigiu dele forma ele e Roney são diferentes na função de pai.


Por causa da pandemia, Malhação - Viva a Diferença voltou ao ar. Você sentiu algum estranhamento ao rever esse trabalho?


Estou adorando assistir à Malhação. Eu tenho uma memória muito maluca, então me lembro de cenas, do que aconteceu no camarim, do que o diretor me pediu. Esse lado é muito bom, porque me recordo das escolhas que fiz. Havia uma necessidade grande de fazer um homem que tivesse a leitura para o público de ser um quarentão. Mas, ao mesmo tempo, tinha que ser suave.


Que exigências você viu nesse trabalho?


Existiam umas demandas para mim como ator e quando começou a novela enxerguei isso com clareza. Estava buscando o tom do papel, pois vinha da comédia. Voltando às novelas depois de quase 20 anos, me perguntava como seria esse Lucinho. Era veterano para o elenco da novela, mas me considerava tão novato quanto eles. Afinal, era outro tipo de dramaturgia. Eu me orgulho de continuar aprendendo, porque o artista que acha que chegou a algum lugar e parou de aprender acabou de morrer.


De que forma você se diferencia do Roney como pai?


Sou casado e tenho uma mulher muito presente. Já o Roney é viúvo e tem uma atitude muito nobre: para cuidar da filha, ele abandona a carreira e se torna pai e mãe. É uma situação que acontece com menos frequência na nossa sociedade, mas existe, e acho que esses homens são transformados. Acredito que é mais fácil entender o universo feminino quando um pai se torna, de alguma maneira, mãe também.


Qual tema abordado pelo Roney é interessante de ser debatido nesse momento da sociedade?


Tem um aspecto que gosto muito do meu personagem que é a desglamourização do artista. Por causa desse último governo, a nossa classe foi meio que demonizada, apenas como um joguete para manipular as pessoas. Muita gente caiu nessa esparrela e, quando elas pensam no artista, imaginam sempre na parte mais sortuda, que conseguiu fazer uma carreira, que tem um contrato com uma grande empresa de comunicação. Só que essas pessoas não pensam no artista comum. Nós somos os pontos fora de curva, porque o nosso mercado ainda é pequeno. A quantidade esmagadora de artistas desse Brasil são trabalhadores que não têm estabilidade nenhuma.


Como tem sido entreter os filhos em casa durante a quarentena?



<MC>Os meus filhos Bento e Luiza são adolescentes. Eles pediram um irmão a vida inteira. A gente jurava que não teria o terceiro filho, mas foi uma emoção tão grande pra eles a chegada dessa irmã que eles passaram a g<CW-11>estação inteira como um segundo pai e mãe. Chegou ao cúmulo deles fazerem o curso na maternidade para aprender a trocar fralda, dar banho. Eles ajudam a minha esposa de uma forma comovente. De certa maneira, eles suprem esse lugar de professor da Liz, que é a caçula. Em casa todo mundo é falante, lê, vê filme, e isso está ajudando. 


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