Imaginário Coletivo já tem 30 livros em seu catálogo

A mais nova editora santista aposta nos autores da região para impulsionar a literatura

Por: Guilherme Gaspar & Colaborador &  -  27/06/19  -  10:34
  Foto: Divulgação

É fato que o hábito da leitura está cada vez menos presente na rotina dos brasileiros. Recentemente, grandes redes de livrarias fecharam as portas ou correram sérios riscos de sucumbir.


Apesar disso, há quem aposte que a literatura continua bem viva e dando bons frutos. Exemplo disso é a editora santista Imaginário Coletivo – a terceira na Cidade, junto com a Realejo Livros e a Simonsen –, criada há três anos e que já acumula mais de 30 obras em seu catálogo. Também são diversos os autores.


Administrada pelo músico, poeta e editor Márcio Barreto, a empresa tem como inspiração as cartoneras argentinas, que empregam formatos artesanais às suas publicações.


“Na verdade, a Imaginário Coletivo teve seu início como uma editora artesanal. Na época, era chamada de Edições Caiçaras”, conta Barreto, que exalta os grandes nomes da região no meio literário.


Para ele, a literatura é, antes de mais nada, uma forma de registro histórico da sociedade atual e de seu pensamento crítico. Aliás, são essas as questões que servem de base para a nova editora santista.


“Vivemos em uma época em que o pensamento crítico vem sofrendo grandes retrocessos. Quando você passa a trabalhar em uma campanha de edição de livros, ajuda diretamente a expandir esse pensamento. Com isso, somos capazes de inspirar novos escritores, que publicam novas obras. A literatura sempre será um espelho da realidade”, acredita.


Durante os três anos de Imaginário Coletivo, Barreto aprendeu coisas que não aprenderia se não tivesse se arriscado no meio. “Sem dúvida, o maior aprendizado que tive com essa experiência é que o escritor deve sempre publicar. Mas é claro que o processo não para aí. O livro ainda deve ser divulgado, discutido”, explica, dando a devida importância à manutenção da criação e da reflexão.


Modernização


Barreto vê lados positivos e negativos no avanço tecnológico imposto à literatura. Se de um lado as informações chegam quase que instantaneamente, de outro são superficiais e fragmentadas.


Mesmo assim, reconhece que as novas tecnologias deram a possibilidade de avanço às publicações. “Com isso, percebemos uma evolução significativa dos escritores e dos temas abordados”.


De acordo com o editor, os livros digitais, ou e-books, não causarão o fim das edições físicas. “A literatura virtual não vai impedir a publicação do papel. Posso até dizer que um complementa o outro”.


Participação


Para o poeta e escritor Flávio Viegas Amoreira, a Imaginário Coletivo insere a cidade no contexto nacional, “especialmente na poesia de vanguarda”.


Viegas lançou o livro 'Pessoa Doutra Margem' pela editora, em 2018. “Um poema longo, inspirado e dedicado a Fernando Pessoa”, resume. Para ele, a obra teve uma ótima repercussão crítica em nível nacional e internacional, principalmente em Portugal.


A próxima personalidade a ser homenageada pelo escritor será o poeta norte-americano Walt Whitman no livro 'Walt Whitman, Meu Brother'. O plano de Viegas se estende a 2020, ano em que pretende lançar uma biografia do maestro Gilberto Mendes.


Logo A Tribuna
Newsletter