Histórias que unem avô e neto no isolamento são contadas no livro 'Tudo Acaba em 10'

Após o almoço, e antes da soneca da tarde, Mario, Eliane e o neto Mateus criavam histórias e personagens para embalar o descanso

Por: Egle Cisterna  -  09/02/21  -  11:08
Desde os três anos de idade, Mateus, que hoje tem 10, ia para a casa dos avós
Desde os três anos de idade, Mateus, que hoje tem 10, ia para a casa dos avós   Foto: Arquivo Pessoal

Em muitos casos, o isolamento devido à pandemia fez com que alguns integrantes das famílias tivessem que ficar mais distantes para se protegerem da Covid-19, principalmente aqueles que têm mais idade. Mas esse afastamento obrigatório entre um avô e neto, que tinham um convívio diário regado a muitas histórias, acabou resultando em um livro, o Tudo Acaba em 10 (Capella Editora).


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Desde os três anos de idade, Mateus, que hoje tem 10, ia para a casa dos avós Mário Sérgio e Eliane depois da escola. Terminado o almoço, os três iam descansar. A soneca da tarde era precedida por contação de história, onde cada um inventava um trecho, exercitando a imaginação.


“Foi assim que foram nascendo personagens, surgindo histórias, aquilo que chamávamos de historinha de três”, lembra Mário Sérgio de Moraes, que é professor universitário e autor de várias obras. No ano passado, esse ritual foi impedido de continuar presencialmente. Com isso, a dinâmica das histórias mudou e avô e neto passaram a criar por escrito, com a troca sendo intermediada pelo pai de Mateus, Luiz Guilherme, que levava e buscava o material escrito por um e estimulado por outro. “A minha parte sempre foi mais a de criar o elo, estimular. A fantasia ficava toda por conta de Mateus”, diz o avô.

Todos têm um pouco do mesmo


Para construir personagens e enredo, o menino se inspirou em seu cotidiano, nas observações na escola e nas ruas. “Todos têm um pouco de mim, das coisas que eu vejo. Tudo mundo conhece o cara que gosta de briga, aquele que não gosta de se misturar, o nerd, o que gosta de histórias de fantasia, o que tem deficiência, a negra, o índio. Tudo isso está no meu dia a dia”, conta o jovem.


Foi a avó que percebeu que o material produzido pela dupla poderia se tornar um livro. Mario Sérgio mostrou o material ao seu editor. “Quando eu falei para meus amigos que ia lançar um livro, eles ficaram muito ansiosos e curiosos para saber o que seria. Adianto que vai ser uma coisa boa para todos”, conta Mateus.


O título da publicação vem de uma das passagens do personagem Garganta, cujas histórias de fantasia sempre acabam em 10. O livro de 68 páginas tem ilustrações de Pedro Caraça, que produziu também bonecos dos personagens em impressora 3D e seguiu todas as orientações de Mateus para dar “vida” aos tipos que surgiram da sua cabeça. A obra está disponível, em versões português e inglês no site da editora e na Amazon.


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