Filme Moxie, na Netflix, fala da nova geração feminista

Na história, a personagem Vivian se revolta com as injustiças do cotidiano escolar

Por: Beatriz Viana  -  11/03/21  -  10:29
No filme, a estudante do Ensino Médio começa um processo de autodescoberta
No filme, a estudante do Ensino Médio começa um processo de autodescoberta   Foto: Divulgação

A discussão sobre movimentos sociais e filosofias se faz tão necessária hoje quanto nas gerações passadas. Como ciclos, as demandas desses movimentos e estudos sempre se renovam, acompanhando as transformações de nossa sociedade. Com o feminismo não seria diferente. E, por isso, o filme Moxie: Quando as Garotas vão à Luta, da Netflix, é tão importante para ilustrar os impactos dos movimentos feministas e trazer bons exemplos às novas gerações.


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Assertivo em sua proposta, o longa infantojuvenil conta a história de Vivian (Hadley Robinson), uma estudante do Ensino Médio que começa um processo de autodescoberta e se revolta pelas injustiças presenciadas em seu cotidiano escolar. São as mesmas histórias machistas que todas já presenciamos, como o menino irritante que todas sabemos ser um assediador validado (o famoso discurso do ‘isso é normal, é coisa de menino’), ou uma lista das ‘garotas mais pegáveis’ do colégio, que costumam chegar até as universidades.


Essas revoltas entram em ebulição quando Vivian se aprofunda nas zines escritas por sua mãe, Lisa (Amy Poehler, que também dirige o longa), que começou seu próprio grupo feminista também na época escolar. Vivian resolve escrever a Moxie, uma zine anônima que denuncia as situações polêmicas abafadas pela administração escolar. Essa atitude torna-se catalisadora de um movimento contra a cultura sexista da escola, expondo os efeitos da masculinidade tóxica.


Mesmo se autodeclarando introvertida, Vivian descobre sua força junto à nova amiga, Lucy (Alycia Pascual-Peña), e um enorme grupo de apoio a Moxie, que se uniu após um sinal combinado na primeira edição da zine. Ela também se surpreende com o apoio inusitado de Seth Acosta (Nico Hiraga), que simpatiza com o movimento.


Discussões importantes


A trama não se aprofunda em suas personagens, mas não deixa de trazer discussões importantes. Fala da necessidade de inclusão masculina no diálogo, a partir do personagem de Nico, para apoio nas mudanças. Traça uma linha essencial sobre as diferenças entre assédio e brincadeira, que não são tão claras para muitos e costumam normatizar a objetificação dos corpos femininos e silenciar violências.


Relaciona a importância dos meios de comunicação como meios ativos nessa e em todas as revoluções, a importância da representatividade e as lacunas que permanecem quando não pensamos nas interseccionalidades existentes no mesmo movimento.


São muitos questionamentos, músicas extremamente coerentes com o contexto e boas escolhas de elenco. A Netflix acerta nesta adaptação, e o único defeito de Moxie é chegar ao fim. É como diz Lucy: “Hora da revolução, baby”.


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