Falando Séries: 'Um Dia Qualquer' na comunidade

Estado omisso é o caminho para forças paralelas. Sabemos que essa realidade, infelizmente, é muito presente no Brasil inteiro. O Estado fecha os olhos, enquanto tráfico e milícia assumem o poder das comunidades. Este é o tema da série Um Dia Qualquer, produção nacional do canal Space, que estreia na segunda-feira, às 22h.

São cinco episódios com duração média de 25 minutos. Eles serão exibidos diariamente, no mesmo horário. No próximo sábado, a partir das 18 horas, todos os capítulos serão reprisados em formato de maratona pelo canal. O primeiro episódio já está no YouTube.

Em coprodução com a Elixir Entretenimento e Com Domínio Filmes, direção de Pedro von Krüger e produção de Denis Feijão, Um Dia Qualquer se passa no subúrbio do Rio de Janeiro. Por trás de um cotidiano aparentemente simples e rotineiro, a violência diária e o clima de guerra civil obrigam os moradores a iniciar uma verdadeira jornada por sobrevivência. Enquanto o tráfico mostrava uma comunidade totalmente em frangalhos, com criminosos expondo seus fuzis ao mesmo tempo em que vendiam drogas, a milícia impôs a violência por outros meios.

Nos primeiros episódios, Um Dia Qualquer faz um retrospecto de dez anos. Dessa forma conhecemos a história do traficante Seu Chapa, que perde espaço para Quirino, um policial civil que passa a adequar suas convicções às novas dimensões. Tal método lembra muito o que máfias fazem na Ásia, sul da Itália, leste europeu e outros cantos pelo mundo: extorsão, abuso de poder e violência para garantir a “paz dos negócios”.

A família de Quirino é totalmente desajustada, apesar dele pregar os valores da “família tradicional”. O filho, por exemplo, mantém relações sexuais com a namorada do pai, enquanto ele segue praticando a violência em nome da “segurança da comunidade”.

Um Dia Qualquer é um retrato muito fiel de muitas comunidades pelo Brasil. É uma série bem amarrada, com um ritmo interessante e um desenvolvimento rápido, sem espaço para tomadas desnecessárias.