Falando Séries: The Eddy - um grande time na telinha

Depois de brilhar nas telonas com três grandes filmes, Whiplash, La La Land e O Primeiro Homem, o diretor e roteirista Damien Chazelle, enfim, estreia na TV. E a boa notícia é que o alto nível de suas produções está mantido em The Eddy, nova série original da Netflix. Aos 35 anos, Chazelle é um fenômeno em Hollywood. Possui mais de 40 prêmios pelos seus três principais filmes, incluindo um Oscar de Melhor Diretor (La La Land).

The Eddy, assim como Whiplash e La La Land, tem a música como pano de fundo e trunfo da trama. E a ligação de Chazelle com o som é algo que vem desde a adolescência. O cineasta estudou bateria na Princeton High School, tendo o jazz como gênero base. Posteriormente, ele tocou na banda de indie pop Chester French.

No entanto, sejamos justos. Apesar de Chazelle ter total participação nos preparativos da série, estar entre os produtores e tal, ele só dirigiu os dois primeiros episódios. Jack Thorne é o cabeça da série. E o estilo dele casa muito bem com Chazelle. Para quem não se recorda, Thorne tem no currículo três produções incríveis para TV: Shameless, Skins, além da trilogia This is England.

Se Chazelle tem uma veia musical mais apurada, Thorne possui um olhar minucioso sobre cultura, visual e modos.

A nova série da Netflix não é um musical, longe disso. Mas proporciona um ritmo de altos e baixos, de tristeza e esperança, quase do início ao fim. O jazz é o que dá movimento ao drama ambientado em Paris, na França. Além de músicos conceituados de clubes de jazz, artistas consagrados como Duke Ellington, a trilha também conta com nomes contemporâneos como Jorja Smith e St Vincent. 

Dividida em oito episódios, a produção se passa nos vibrantes bairros multiculturais da Paris moderna. Você escutará francês, inglês, árabe e polonês quase que simultaneamente na série.

Na trama, um renomado pianista de jazz em Nova York, Elliot Udo (André Holland), é agora o co-proprietário do clube The Eddy, em Paris, onde ele administra a banda da casa liderada pelo vocalista e namorada Maja (Joanna Kulig). 

Enquanto Elliot descobre que seu parceiro de negócios Farid (Tahar Rahim) pode estar envolvido em algumas *práticas questionáveis no clube, começam a surgir segredos que também foram ocultados pela esposa de Farid, Amira (Leïla Bekhti), além da problemática filha adolescente de Elliot, Julie (Amandla Stenberg). 

Julie chega a Paris para morar com ele, mas o mundo pessoal e profissional de Elliot rapidamente começa a se desfazer quando ele confronta seu passado, lutando para salvar o clube e proteger os mais próximos dele. Um retrato sensível e poderoso. Ouça a trilha no Spotify.