Falando Séries: Popó em série do Space

'Irmãos Freitas' estreia no próximo dia 20 e mostra a trajetória do boxeador até a conquista do seu primeiro título mundial

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  12/10/19  -  15:33
Daniel Rocha (dir.) viverá Popó (esq.) em série no canal Space
Daniel Rocha (dir.) viverá Popó (esq.) em série no canal Space   Foto: Divulgação/Nicolas Graves

No dia 7 de agosto de 1999, portando um cartel de 20 vitórias e nenhuma derrota (20 nocautes), o boxeador baiano Acelino Popó Freitas conquistaria seu primeiro título Mundial. A luta ocorreu na França contra o campeão, lutador do Cazaquistão, Anatoly Alexandrov, valendo o cinturão mundial super-pena da WBO.


Esse poderia ser um grande spoiler da série 'Irmãos Freitas', produção da Space que estreia no próximo dia 20 (domingo), às 21h. Só que o spoiler só atingirá quem não conhece a maior consagração da vida de um dos maiores atletas da história nacional.


O bacana dessa produção é que ela mostra a trajetória pré-cinturão. Ou seja, aborda a relação de amor e rivalidade entre os irmãos Acelino Popó (Daniel Rocha) e Luis Claudio (Rômulo Braga). A série mergulha mais ainda na intimidade do atleta, hoje com 44 anos, quando apresenta os pais: Zuleica (Edvana Carvalho) e Babinha (Claudio Jaborandy). A mãe é uma guerreira que enfrenta a miséria para criar os filhos. O pai é mais ausente, prefere a boêmia.


Composta por oito episódios com cerca de 50 minutos de duração, a série também será disponibilizada pelo Amazon Prime Video, sempre duas horas após a exibição no Space, que acontece aos domingos, às 21h.


“É um projeto de nove anos, com o Sérgio Machado, Walter Salles. Foi um trabalho muito bem feito, cuidado, conversado. Eles fizeram várias reuniões comigo, com a família. Tudo muito bem produzido. Me emocionei demais com os dois primeiros episódios da série”, comenta Popó, que conversou com A Tribuna.


Apesar da homenagem, Popó garante que não se envolveu na hora da gravação. “Eu sabia que tinha uma equipe muito profissional, capacitada. Confiei bastante neles e deu certo. Não precisei palpitar nada. O Daniel (Rocha), além de ser um grande ator, já tinha uma noção muito boa de boxe. O cara lutou kickboxing por muitos anos”, argumenta o boxeador.


O atleta baiano também exalta a própria história de superação. “É legal mostrar para os mais jovens que é possível vencer, mesmo com todos os desafios e obstáculos da vida. Eu saí da pobreza para virar um campeão mundial”.


Coreografia


O ator Daniel Rocha (Popó) conta que treinou por duas semanas com o ex-campeão mundial de boxe para chegar pronto para as gravações. “Eu sempre tive uma noção boa de boxe por conta do kickboxing, mas o treino com o Popó ajudou a trabalhar melhor os golpes mais característicos dele. Sempre fui um contragolpeador, mas o Popó era direto para o nocaute. Ainda treinei muito o jab de encontro”, comentou o ator, em entrevista para A Tribuna.


Sem aliviar nos treinos, o ator revelou que fez sparrings com vários atletas profissionais, do boxe e MMA. “Os caras são profissionais,eles sabiam que o objetivo não era machucar, mas treinamos para valer, garantindo algo mais real na série”.


MMA vs Boxe


Durante minha conversa com Popó, o ex-boxeador falou sobre a relação do boxe e MMA, que teve um duelo milionário há dois anos, entre Conor McGregor (MMA) e Floyd Mayweather Jr (boxe). “Se me pagarem US$ 100 milhões para lutar MMA, eu vou! O Conor aceitou lutar boxe contra o Floyd porque recebeu uma bolsa milionária como essa. O MMA não paga isso. Cansei de ver lutador indo para o hospital, em Salvador, com a mandíbula quebrada, para receber R$ 150,00. As organizações de MMA são milionárias, mas os atletas não são. Eles ganham uma bolsa vergonhosa. Mas volto a dizer: pagando uma bolsa de US$ 100 milhões, eu vou e enfrento qualquer lutador de MMA”, decreta Popó.


Legado


Algo que motivou bastante Daniel Rocha a assumir o papel de Popó foi garantir uma valorização da história. “Os atletas precisam desse reconhecimento. É incrível”.


Precário


Daniel Rocha comentou também a situação das academias, algo que o deixou bem triste. “Muitas das academias que visitei possuem estruturas precárias. É muito triste”.


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