Falando Séries: Os Mais Procurados do Mundo

É inegável que as séries dramáticas e de humor da Netflix já caíram no gosto do público, mas a produção documental também chama muito a atenção. A mais recente delas é a série Os Mais Procurados do Mundo, que estreou na última quarta-feira.

São cinco episódios com duração média de 50 minutos cada, destacando criminosos poderosos que seguem foragidos. Cada capítulo é dedicado a um deles. Ismael Zambada García, o El Mayo, chefe do cartel de Sinaloa, no México, é o primeiro.

El Mayo é o poderoso chefão do tráfico mexicano há décadas. Nem mesmo as prisões do irmão, do filho e do sócio (El Chapo) foram suficientes para acabar com o império dele. Mas a série explica bem os motivos.

Em uma das frases mais marcantes do episódio, um dos protagonistas do capítulo fala sobre a difícil prisão de El Rey, irmão de Zambada, em 2008. Quando foi encurralado pelo exército, o traficante ligou para o chefe da Narcóticos para cobrar uma posição sobre a operação. Mas já era tarde demais, todos já haviam sido desmascarados.

“A polícia é financiada pelo Estado. Os traficantes pagam mais. Então eles obedecem às ordens deles. Chamam de chefe, patrão e doutor. Metade dos policiais estava envolvida com eles”, comenta um dos responsáveis pela apreensão de El Rey.

Atualmente com 72 anos, Zambada pode estar escondido nas montanhas de Sinaloa, comandando o tráfico de drogas e sob custódia dos Estados Unidos. A vigilância se deve ao acordo feito pelo filho, quando foi preso em 2009.

Logo após a prisão de El Rey, Vicente Zambada Niebla fechou um acordo, na Cidade do México, para entregar todos os rivais da família Zambada. A condição para a denúncia era aliviar a pena do tio e a dele mesmo, que viraria alvo. Tal ação surtiu efeito. Vicente ficou preso 14 anos, enquanto outros criminosos seguem detidos, como El Chapo, condenado à prisão perpétua.

Não darei spoilers dos outros episódios, mas vale destacar o trabalho incrível desenvolvido pelos realizadores. Os demais capítulos abordam Félicien Kabuga, o financiador do maior genocídio da história, ocorrido nos anos 1990, em Ruanda; Samantha Lewthwaite, a Viúva Branca, que denunciou os atentados ao metrô de Londres, mas logo virou a principal suspeita; Semion Mogilevich, o chefão damáfia russa; Matteo Messina Denaro, o último chefão da Cosa Nostra, na Itália.