Falando Séries: A dor do conflito armado na Espanha

Pátria se desenvolve ao longo de três décadas em Euskadi (País Basco), na Espanha

Por: Lucas Krempel  -  14/11/20  -  11:30
Pátria se desenvolve ao longo de três décadas em Euskadi (País Basco), na Espanha
Pátria se desenvolve ao longo de três décadas em Euskadi (País Basco), na Espanha   Foto: Divulgação

Neste domingo (15), às 22 horas, a HBO exibe o oitavo e último episódio da série Pátria, escrita por Aitor Gabilondo e baseada no romance de Fernando Aramburu. Mesmo sem a badalação de Chernobyl, de 2019, Pátria é a grata surpresa da temporada. Se você ainda não viu, aproveite o dia para conferir os sete primeiros episódios, todos disponíveis no HBO GO. A missão é árdua, são quase 60 minutos por episódio, mas o esforço vale muito.


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Pátria se desenvolve ao longo de três décadas em Euskadi (País Basco), na Espanha. Por meio de duas famílias protagonistas, retrata o conflito causado pelo grupo terrorista ETA (Euskadi Ta Askatasuna ou Pátria Basca e Liberdade, em português). 


Na produção, vemos como a vida de Bittori (Elena Irureta) e sua família muda drasticamente depois que o ETA mata seu marido Txato (José Ramón Soroiz) na porta de sua casa.


Essa morte provoca uma fratura entre ela e a família de sua amiga Miren (Ane Gabarain), cujo filho faz parte do grupo nacionalista, o que os levará a enfrentar duras verdades enquanto passam pelo luto gerado pela perda daqueles que mais amam.


No entanto, quando o ETA anuncia o fim da luta armada, anos depois, Bittori resolve voltar à vila para um acerto de contas com o passado. Ignorando as advertências dos filhos, Bittori está disposta a descobrir os pormenores do crime que a deixou viúva e dar uma resposta à própria condenação.


Entre o fim dos anos 1960, quando evoluiu para uma organização paramilitar separatista, até 2018, ano que anunciou o fim da luta armada, o ETA foi responsabilizado pelas mortes de 829 pessoas, além de ter ferido milhares de outras com seus ataques. Isto sem falar nos inúmeros sequestros registrados no país.


O ETA, que assumiu uma ideologia marxista-leninista revolucionária ao longo de sua trajetória, lutava pela independência do território, que atualmente se distribui entre o norte da Espanha e o sul da França.


Pátria não é necessariamente uma produção que explica tudo sobre o conflito no País Basco, mas é um retrato da dor que essa luta armada pode trazer para as famílias. É uma série com sensibilidade única, usada para construir uma narrativa onde não existem lados, e sim os sentimentos de quem é diretamente impactado pelos acontecimentos.


O fato de ser criada e roteirizada por um profissional nascido e criado no País Basco ajuda muito na forma como tudo é retratado. Aitor Gabilondo chegou a declarar em entrevistas que testemunhou os sentimentos narrados em Pátria. É uma ficção baseada em fatos reais. O elenco também foi cuidadosamente escolhido na mesma região. Todos os atores principais são do País Basco. Assista!


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