Fã-clubes: uma paixão sem idade

Não é de hoje que ídolos da música e do cinema atraem multidões

Por: Guilherme Gaspar & Colaborador & Isabela dos Santos & Colaboradora &  -  12/08/19  -  15:28
Fãs de Elvis Presley compartilham histórias e curiosidades quando se reúnem
Fãs de Elvis Presley compartilham histórias e curiosidades quando se reúnem   Foto: Irandy Ribas/ AT

A união entre dois indivíduos que compartilham o mesmo gosto é um fenômeno natural na vida do ser humano; e ter um artista como ídolo faz parte de seus momentos. É dessa forma que surgem os fã-clubes, com a finalidade de idolatrar pessoas ou até mesmo histórias.


Nos últimos anos, esses grupos de fãs se tornaram ainda mais populares. É notória a paixão que os admiradores do grupo sul-coreano BTS carregam pelos kpoppers, assim como os mais saudosistas, que se animaram com o retorno da dupla Sandy e Junior no Brasil.


E é claro que no cinema a tendência é a mesma. Grandes franquias são capazes de atrair verdadeiras multidões para suas pré-estreias. Recentemente, o longa 'Vingadores: Ultimato' atingiu o primeiro lugar nas bilheterias do cinema mundial. Parte desse sucesso merece ser creditado aos fã-clubes, que marcaram presença em inúmeras sessões.


De acordo com Thalita Lacerda, professora-doutora em Psicologia Clínica pela UniSantos e a PUC-SP, a identificação entre fãs e ídolos é baseada em nossas crenças e visões de mundo. “Na fase da juventude, o sujeito enxerga o ídolo como alguém incrível por seus feitos. É como se esse jovem precisasse de uma figura capaz de lhe orientar sobre aquilo que é legal”, pontua. Esse tipo de comportamento é facilmente observado em fã-clubes de bandas e artistas musicais.


Já no cinema, outra situação merece destaque: “Assim como as crianças usam o mecanismo de imaginação para um reino encantado, os adultos utilizam um artifício parecido como uma forma de escape da realidade. Desta forma, vivem a história que acompanham”, explica a especialista.


Para ela, a situação passa a ser prejudicial quando as ações afetam negativamente aquela pessoa. “Vale lembrar que o desejo de ser aceito e a idolatria por alguém não podem ser tão fortes a ponto de empobrecer as outras áreas da vida, até mesmo nas relações interpessoais”, adverte.


Cadillac Rosa tem 2 mil seguidores


Se depender do Cadillac Rosa Elvis Fã Clube, Elvis Presley nunca será esquecido. O grupo da região, criado em 2017, tem mais de 2 mil seguidores na página do Facebook, onde as amantes do cantor compartilham histórias e curiosidades sobre a vida do rei do rock.


E para além do mundo virtual, algumas integrantes do grupo participam de encontros, desde 2012, em homenagem à memória e ideais desta lenda mundial.


“Celebramos a vida que ele teve e o que nos deixou como cantor. Escutamos suas músicas todos os dias. Era também um ser humano incrível, tinha o hábito de ajudar instituições. Quando faleceu – em 16 de agosto de 1977 –, foi revelado que fazia doações para mais de 50 locais. Para mantermos esse ato de solidariedade vivo, vamos a eventos do Elvis que são beneficentes”, explica a presidente do fã-clube Ana Cláudia Pereira Gaspar, de 49 anos.


Cerca de 15 fãs da Baixada Santista já se preparam para a próxima programação em homenagem ao ídolo. No dia 24, elas seguem para São Paulo, onde irão comemorar os 50 anos do retorno de Elvis a Las Vegas. Esses eventos são realizados por outro fã-clube, o Elvis Triunfal de São Paulo, que elas conheceram em 2012.


“São realizados dois encontros oficiais por ano, um no mês de sua data de nascimento, em janeiro, e outro no de falecimento, em agosto. Cada festa tem um tema. Esta agora faz referência ao retorno dele aos shows, depois de oito anos afastado, atuando no cinema ”.


De todo o país


Este será o 18º evento que as fãs comparecerão. O encontro reúne amantes de Elvis de várias partes do Brasil e conta com covers, apresentações, shows de calouros, sorteios e várias músicas do artista. 


Mas a vontade da presidente do Cadillac Rosa Elvis Fã Clube e suas integrantes não se restringe a frequentar eventos na Capital. O desejo maior é ter estrutura suficiente para trazer a memória do artista para a Baixada Santista.


“Quando criei o fã-clube fiz três eventos. O último deles, em 2018, foi beneficente. Mas me deparei com a dificuldade de custear o local ou ter alguém para disponibilizar o espaço, por isso não fiz mais. Porém, esse é o meu foco! Trazer eventos beneficentes para celebrarmos a memória de Elvis na Baixada Santista”, diz Ana.


Enquanto isso, os interessados em dividir o amor pelo ídolo com elas pode seguir a página do Cadillac Rosa no Facebook.


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