Escritora relaciona vaquinha virtual como alternativa para ajudar autores

Financiamentos coletivos através de sites ajudam escritores a lançar seus livros

Por: Egle Cisterna  -  19/01/21  -  13:15
Jenifer aposta na vaquinha para viabilizar seu livro A Vida que Segue
Jenifer aposta na vaquinha para viabilizar seu livro A Vida que Segue   Foto: Divulgação

Financiamentos coletivos – popularmente conhecidos como vaquinhas virtuais - têm sido o caminho encontrado por muitos autores e editoras que não têm recursos para publicar e distribuir uma obra por conta própria. Na plataforma do site Catarse, os números confirmam a tendência. Em 2016, eles tiveram 342 projetos de publicações bem sucedidos, com R$ 5,3 milhões arrecadados. Já no ano passado, foram 867, num total de R$ 14,3 milhões angariados. A categoria de publicações movimentou 47% dos recursos da plataforma em 2020. “Isso é mais do que o triplo que uma grande editora consegue publicar por ano”, afirma Raíssa Pena, diretora de Publicações do Catarse.


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Ela conta que a plataforma é procurada não apenas por autores e editoras independentes, mas também para grandes empresas da área editorial, como Companhia das Letras e Record Editorial.


A diretora de Publicações do Catarse aposta que esse crescimento é reflexo do que vem acontecendo no mercado editorial, com a crise e o fechamento de grandes livrarias físicas. Ela lembra ainda que o movimento do financiamento coletivo começou a ganhar força com histórias em quadrinhos, mas que, hoje, é possível participar disso com todo o tipo de obra.


Experiências regionais


O jornalista Paulo Rogério, que em 2013 conseguiu lançar o livro 2002 De Meninos a Heróis, lembra que, naquela época, a modalidade não era conhecida. “No meu caso, foi uma luta grande, porque era meio que nova no Brasil.


Tivemos que explicar como funcionava. Mas contamos com a torcida do Santos e amantes do futebol para atingirmos a meta”, lembra ele, que arrecadou R$ 15 mil faltando dois dias para terminar o prazo da campanha.

A funcionária pública Jenifer Pavani Ribeiro, de 39 anos, vê no financiamento coletivo a única forma de publicar A Vida que Segue, livro que conta sua história para vencer os desafios impostos por problemas causados pelo diabetes. “Não teria como arcar com esse valor sozinha de uma coisa em que não vou ter lucro. Conseguir uma parceria também é muito difícil. Venho tentando outros caminhos desde 2017 e decidi apostar agora na vaquinha virtual”, diz ela que, deste outubro, está com campanha na internet. Até o momento, ela arrecadou R$ 4.910,00. A meta dela para publicar mil exemplares do título é de R$ 25 mil.


Apoio


Para atender essa demanda e reforçar a consultoria que já oferece, Raíssa se uniu a Marina Avila e Valquíria Vlad, ambas da editora Wish, para lançar o livro Crowd, o guia do financiamento coletivo para autores e editores de livros, que ensina o passo a passo para fazer um financiamento coletivo do zero com entrega profissional.


Para o sucesso do projeto, ela destaca que é importante ter um planejamento completo, que começa muito antes de colocar a campanha em um dos sites de financiamento coletivo. Além do Catarse, existem outros, como o Benfeitoria, Kickante, Vakinha, que oferecem várias modalidades de financiamento. Mas, de forma geral, o processo se resume a pedir a colaboração do público em troca de recompensas, caso o objetivo de arrecadação seja atingido.


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