Edição da Tarrafa traz a universalidade da literatura

Evento virtual entra na reta final com debates diários

Por: Egle Cisterna  -  27/11/20  -  22:38
Escritora Adriana Carranca participa da mesa Da Aldeia para o Mundo
Escritora Adriana Carranca participa da mesa Da Aldeia para o Mundo   Foto: Divulgação

A 12ª edição do Festival Tarrafa Literária entra em sua reta final. Com mesas que discutem vários aspectos da literatura, autores e leitores, o evento segue até segunda-feira, com transmissão diária, às 18 horas, pelo YouTube e Facebook do festival. Hoje, a conversa é entre o ator, produtor teatral e escritor Otávio Júnior e a jornalista e escritora santista Adriana Carranca, que debatem o sentimento que vem de uma pequena aldeia e que pode ser transmitido de maneira universal, com os seus personagens levando suas ideias mundo afora.


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Otávio, conhecido como o livreiro do Alemão, traz para o público um pouco de sua experiência como mediador de leitura nos Complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. “Eu costumo dizer que a minha história é um conto de encantamento ambientado na favela, a história de um menino que encontra um livro num lixão e esse livro acaba mudando sua vida. E esse jovem sonhador, que por muitos anos interagiu com bibliotecas, livrarias e livros, quer compartilhar livros com as pessoas, com seus vizinhos, com crianças da comunidade, montando bibliotecas itinerantes para alcançar o maior número de pessoas”, conta Otávio.


Ele avalia que o projeto se torna um laboratório de experiências, onde descobre a potência da literatura periférica. “As pessoas destes lugares têm muito desejo de se ver representados na literatura e nos livros. Essa questão de estar inserido na literatura e poder inserir uma grande parte da população é fantástico”, afirma o escritor, que relata sua experiência na obra O Livreiro do Alemão (Panda Books).


Ele divide a mesa Da Aldeia pro Mundo, mediada por Simone Batista, com Adriana Carranca. “Parte do meu trabalho sempre foi fazer pontes entre o mundo e o Brasil e essa mesa reflete isso. O trabalho do Otávio vem das favelas e leva essa história para o mundo e o meu traz histórias do mundo para o Brasil”, adianta a jornalista, autora do livro Malala, a menina que queria ir para a escola (Companhia das Letrinhas).


Mais debates


Amanhã, o neurocientista, biólogo e vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Sidarta Ribeiro, e o neurocirurgião Edson Amâncio debatem a anatomia do sonho e a ciência por trás das histórias que protagonizam o sono. “Falo bastante das teorias que estão em O Oráculo da Noite. O homem é o único animal que tem a capacidade do sonho, que é o guardião do futuro. Com base nas memórias do passado, simulamos um futuro possível”, afirma Ribeiro, que considera o período do isolamento social uma grande terapia de coletivização dos sonhos.


No domingo, o autor Érico Hiller, que se dedica a fotografar histórias de pessoas que vivem sem acesso seguro à água para viver apresenta o tema ao público do festival. O encerramento acontece na segunda-feira, com a mesa A Literatura como reconstrução, onde a homenageada do evento, Maria Valéria Rezende, e o escritor cubano Leonardo Padura, debatem como a literatura pode ser uma retomada da vida.


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