‘Eaí, tem jeito?’ Para alunos do Querô, sim

Questionamento é feito em documentário produzido no Instituto

Por: Bruna Faro & Da Redação &  -  14/07/19  -  23:47
  Foto: Carlos Nogueira / AT

Até onde vai o jeitinho brasileiro para conseguir o que sequer? O questionamento foi feito a algumas pessoas que transitavam pela Praça Mauá, no Centro de Santos, na quarta-feira (10), por alunos do Instituto Oficinas Querô, Ong cuja sede fica na Vila Criativa da Vila Nova.


O material colhido fará parte do documentário 'Eaí, tem jeito?', com direção das alunas Dayana Santos, de 19 anos, e Luana Marques, de 18, duas dos 40 jovens que integram o projeto social. A produção fala sobre as mini-corrupções do dia a dia e até onde isso pode interferir na sociedade.


Na gravação, todos os alunos colocam a mão na massa e saem experimentando diferentes ideias, ângulos, testando luz e som. Até as entrevistas desta matéria foram gravadas por eles, como mais uma experiência da turma do primeiro ano do curso de audiovisual do Querô.


O Instituto produz anualmente conteúdo com seus alunos. Já foram feitas 118 obras audiovisuais. Agora, é tempo de gravação e o 1º ano está produzindo 'Eaí, tem jeito?' e mais dois docs.


'Mar-celo', dirigido por Camilla Pereira e Mayara Bonifácio, de 18 anos, conta a história de Mar-celo Dias, que descobriu de forma inusitada que era adotado. Já 'Mulheres de Fé', com direção de Gessé Belo, de 18 anos, e Bruna Santos, de 19, mostra a vida de mulheres de várias crenças que, independentemente de suas religiões, lutam pelo empoderamento feminino.


“A gente aposta muito nesses temas de relevância social, acreditando que eles vão arrasar nas produções”, declara Tammy Weiss, coordenadora do Querô.


Todos os projetos da Oficina são voltados para uma temática social que tenha impacto na vida dos alunos. Esta é uma das causas abraçadas pela organização, que busca mudar a vida de jovens, dando oportunidades de trabalho, convivência e crescimento, moldando suas vidas.


Tammy explica que, no primeiro ano, os jovens recebem um acompanhamento, junto com uma assistente social. É feito então um trabalho com a família, para compreender em que contexto ele está inserido. Sempre buscando o apoio da família, além de fortalecer o jovem dentro desse ambiente cinematográfico, pensando na sua formação humana e cidadã.


Em meses de aulas, já é perceptível a mudança de comportamento dos alunos. “Eles vão tentando se encorpar e se achar dentro de sua linguagem, conversando com outras pessoas. Tem essa vivência”, declara a produtora líder do 1º ano, Camila Martinez.


Alguns jovens eram tímidos demais, outros conseguiram fazer amigos graças à Oficina. O acolhimento do Querô já ajudou alunos a superarem a depressão e se sentirem aceitos com sua identidade. “O cinema aqui é só um pano de fundo. A gente trabalha a formação pessoal e social e o filme, na verdade, é só um pretexto. Acredito muito que se o processo é bom, o filme é bom”, diz Camila.


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