Do Barbatuques ao obstáculo que mudou sua vida, Fernando Barba relembra história em autobiografia

A Vida Começava Lá: Uma História de Repercussão Corporal já está disponível nas livrarias

Por: Egle Cisterna  -  22/01/20  -  08:39
Músico se viu privado do seu dom musical, por conta de danos motores decorrentes de uma cirurgia
Músico se viu privado do seu dom musical, por conta de danos motores decorrentes de uma cirurgia   Foto: Inaê Coutinho / Divulgação

A história da criação do grupo de percussão corporal Barbatuques e do obstáculo que mudou a vida do fundador do conjunto, Fernando Barba, estão na recém-lançada autobiografia A Vida Começava Lá: Uma História de Repercussão Corporal (Stacchini Editorial).


Aos 45 anos, o músico se viu privado do seu dom musical por conta de danos motores decorrentes de uma cirurgia para a remoção de um tumor cerebral, em 2017.


“Comecei a ter sintomas do que parecia ser uma labirintite e fui diagnosticado um tumor no cérebro. Deixar o grupo foi algo necessário e todos do Barbatuques foram muito compreensivos, colaborativos, maravilhosos. Chegaram a organizar concertos beneficentes para levantar fundos para a minha reabilitação”, conta Barba.


Para escrever o livro, ele contou com o apoio da irmã, Renata Ferraz Torres, que é coautora da obra. Ela colheu e organizou os relatos do próprio irmão e reuniu depoimentos de mais de 60 amigos e colegas de Barba, incluindo de 23 músicos que fizeram ou fazem parte do grupo.


“Ele já tinha essa ideia antes mesmo de adoecer. As pessoas da Academia já se referiam ao Barbatuques em teses e todos perguntavam para ele se ele não iria falar do trabalho que ele ajudou a criar em primeira pessoa”, diz Renata.


Formado em 1997, o grupo despertou o interesse do grande público com shows onde o som era tirado do corpo dos integrantes. Em sua trajetória, o Barbatuque (cujo nome deviva de “batuques do Barba) tem cinco CDs, acumulando apresentações em 30 países, diversas trilhas sonoras de filmes como Rio2 e Tropa de Elite e até vinheta de final de ano da Rede Globo. Alguns destaques são as participações na Copa do Mundo na África, em 2010, e nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.


Com 272 páginas, o livro está divido como um antigo LP, com lado A, onde está a história de Barba e da criação da banda, com fotos de vários períodos; e o lado B, que trata da doença e do processo de reabilitação do músico.


“Acabou se tornando um livro de superação. Não pensamos nisso na hora de escrever, mas a parte B, por exemplo, traz o que a gente faz com as surpresas da vida”, analisa Renata.


Apesar de estar afastado do grupo e em contínuo processo de reabilitação, Barba começou, no ano passado, a dar oficinas de música. Além de voltar a se dedicar à música, nesta fase que ele considera sua “nova vida”, o artista persegue com dedicação a realização de um desejo: “O sonho maior que ele tem é pegar um ônibus sozinho, andar a pé pela cidade e superar esse momento”, confessa a irmã.


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