Diretor João Côrtes fala sobre indústria do audiovisual em entrevista exclusiva

O jovem, que também é ator, recentemente teve filmes selecionados em 11 festivais. Em conversa com A Tribuna, ele falou sobre trabalhos, pandemia e projetos

Por: Egle Cisterna  -  20/03/21  -  12:15
João Côrtes é ator e diretor
João Côrtes é ator e diretor   Foto: Divulgação

Um rosto que é conhecido por muitos como “o garoto ruivo da propaganda” de uma empresa de telefonia, começou há pouco mais de dois anos a dar os primeiros passos atrás das câmeras. E hoje, aos 25 anos, começa a colher frutos das produções independentes, sendo premiado em festivais fora do País. É o ator João Côrtes, que recentemente teve filmes selecionados em 11 festivais, onde conquistou o prêmio de melhor diretor e melhor filme no New Cinema Film Festival, de Lisboa, e de melhor filme no Seoul International Short Film Festival 2021, da Coreia do Sul, por Nas mãos de quem me leva, no qual assina o roteiro e direção. O reconhecimento pelo trabalho nos bastidores não o afasta da atuação, estando presente em novas séries que devem estrear em breve, além de um projeto musical no Instagram, intitulado King Kong Sessions, onde, toda semana, soltará um vídeo no IGTV com covers e músicas autorais. Veja a entrevista do artista para A Tribuna.com.br:


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Num ano em que boa parte da produção do audiovisual parou, você colheu bons frutos do seu trabalho, com premiações em vários festivais. Como surgiu a ideia para Nas mãos de quem me leva?
Foi um ano intenso e paradoxal. Várias preocupações e, ao mesmo tempo, uma gratidão e orgulho imensos pelos reconhecimentos do nosso trabalho e esforço. A ideia do Nas Mãos de Quem Me Leva, bem no seu embrião, surgiu por uma imagem que apareceu na minha cabeça, inspirado por uma amiga minha. A imagem era de uma menina jovem, grávida, chorando, dirigindo um carro em uma estrada, com o sol brilhando em seu rosto... Essa imagem me veio, e me parecia muito interessante. Eu já estava com um desejo grande de escrever um roteiro, contar uma história. Então aquilo me inspirou a desenvolver a ideia. Foi meu primeiro roteiro, demorei uns oito ou nove meses para escrever tudo. Depois foi só ajustar os detalhes, terminar de esculpir.


Há algum outro filme sendo preparado?
Já estou trabalhando em dois novos roteiros. De um longa e um curta-metragem. Além disso, a Tentáculo Rec, produtora a qual sou sócio/criador, está com alguns projetos engatilhados.
Você é bem novo e já tem um currículo de várias produções e prêmios. Como você começou na carreira artística?
Eu comecei fazendo teatro aos 13, 14 anos. Foi quando me apaixonei por esse universo. Então segui fazendo vários cursos de teatro e montando espetáculos, até 2013, quando emplaquei - quase ao mesmo tempo - uma série no GNT, chamada 3 Teresas, e o primeiro filme de publicidade para a Vivo, que depois se transformou em uma campanha de três anos. E assim os trabalhos foram surgindo sucessivamente, acontecendo, e fui construindo minha carreira. Hoje tenho orgulho de olhar pra trás e reconhecer que já tenho nove anos de carreira, com muitas conquistas e desafios alcançados.


Como você vê atualmente a produção do audiovisual no País?
O mercado está mudando muito, a cada dia. Novas plataformas de conteúdo surgindo, cada vez mais produtoras criando, produzindo, gerando empregos. Eu sinto que a indústria do audiovisual no Brasil está crescendo bastante, com cada vez mais oportunidades. Projetos mais ousados, co-produções internacionais, roteiristas novos... Tem muita coisa rolando. Tudo se diversificou nos últimos anos. E a tendência é só aumentar. E isso é lindo! Eu comecei a escrever também para poder criar oportunidades para tantos artistas talentosos e potentes, que nem sempre têm a chance de mostrar a que vieram. Tenho vários amigos nessa situação, por exemplo. Fora isso, óbvio, para poder contar as histórias que me instigam e motivam. E acredito que esse movimento é super saudável! Os atores podem se arriscar a escrever também, produzir seu próprio conteúdo, ocupar seus espaços.


Você chegou a produzir algum durante este período de pandemia?
Sim! Escrevi um curta-metragem, o Lucidez, produzido pela O2 Filmes, como parte de um projeto de vários filmes, chamado Crônicas da Pandemia. O filme foi todo produzido remotamente, na minha casa de praia, fotografado pelo meu irmão Gabriel Côrtes, e dirigido por Ale Pellegrino. Eu escrevi e protagonizei o filme, que está disponível para assistir no meu perfil do Instagram. Além disso, continuei desenvolvendo projetos, argumentos e roteiros... As ideias não param! (risos)


E como estão os trabalhos como ator?
Eu começo o meu ano de 2021 com um baita desafio como ator, fazendo uma participação numa série brasileira-americana, que poderei confirmar em breve. Já está sendo, talvez, um dos trabalhos mais desafiadores da minha carreira até agora. Estou muito animado! Assim que for possível, contarei mais sobre. E tenho três séries para estrear, já filmadas: Sala dos Professores, no CineBrasil TV, The Journey (ainda não confirmada a plataforma em que será exibida), e The American Guest (O Hóspede Americano), na HBO.


Quais seus projetos para 2021?
Profissionalmente falando, quero terminar de escrever o longa e o curta-metragem que estou desenvolvendo, e, se possível, filmá-los. Nesse primeiro semestre, a ideia é lançar o meu longa-metragem Nas Mãos de Quem Me Leva, em alguma plataforma. Terminar os argumentos de séries que tenho na gaveta e, quem sabe, vendê-los. Quero também filmar os clipes das minhas músicas autorais e lançar. Estou desenvolvendo, nesse momento, um projeto musical para o Instagram. Além disso, como ator, vou buscar me desafiar cada vez mais! Quero fazer mais projetos com co-produção (ou até produção) internacional, atuar em outras línguas, projetos que me engrandeçam e me transformem como artista.


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