Digitalização facilita vida de autores na chegada de livros aos leitores

Tecnologia permite que os autores tenham mais autonomia e independência na hora de ver seu texto se tornar uma obra literária

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  21/12/19  -  11:26
Em sua quarta edição, o Prêmio Kindle de Literatura revela os cinco romances finalistas.
Em sua quarta edição, o Prêmio Kindle de Literatura revela os cinco romances finalistas.   Foto: Reprodução / Pixabay

Se, há dez anos, publicar um livro exigia toda uma peregrinação de escritores às editoras, muitas vezes não bem-sucedida, hoje, a tecnologia permite que os autores tenham mais autonomia e independência na hora de ver seu texto se tornar uma obra literária.


Para isso, existem diversas plataformas diferentes que possibilitam que, de forma prática, intuitiva e gratuita, a pessoa possa realizar o desejo de ter um livro e chegar aos leitores.


Uma das mais antigas no País é a do Clube dos Autores. A empresa conta com mais de 70 mil livros publicados e tem 40 obras novas por dia em sua plataforma.


“Hoje, o cenário é o melhor possível, por conta da crise no mercado editorial, que forçou as editoras a se repensarem. Antes, tínhamos editoras com grande controle e querendo cobrar dos autores. Isso não se sustentou e abriu espaço para a autopublicação”, explica Ricardo Almeida, fundador e CEO do Clube de Autores.


Apesar de toda a facilidade, Almeida afirma que não basta apenas conseguir publicar. É importante também que o livro chegue aos leitores. Para isso, o escritor tem que pensar além da história. “É preciso encarar o livro como um produto que vai para o mercado. É preciso revisar o texto, fazer uma capa bonita que desperte atenção e uma sinopse atrativa. Não é difícil, mas exige trabalho”, ensina.


Sucesso


No Clube dos Autores, o paulistano Thiago Fantinatti conseguiu colocar nas páginas de um livro o relato da viagem que fez de bicicleta, entre setembro de 2008 e novembro de 2009, passando por seis países da América do Sul. A aventura deu origem a Trilhando Sonhos, um dos títulos mais vendidos pela plataforma de autopublicação.


“Quando terminei de escrever o livro, não enviei o manuscrito e nem cogitei editoras tradicionais. Pesquisei pela internet e me interessei pelo modelo”, conta Fantinatti, que aponta como uma das vantagens não ter necessidade de se envolver com a operação logística do pagamento e da entrega do livro. “Já sobe o livro e sai vendendo”.


Ainda no Clube dos Autores, há a possibilidade do leitor comprar o livro digital ou a versão impressa, que é feita de acordo com a demanda do público.


Mais vendidos


A Amazon também tem sua ferramenta de publicação, a Kindle Direct Publishing (KDP), a plataforma mais popular no mundo. Entre os 100 livros mais vendidos pela multinacional, 30 deles vêm da autopublicação.


“Um autor autopublicável é, muitas vezes, um empreendedor. Uma dica que a gente dá é de ajudar na comunicação”, diz o gerente geral da Kindle Amazon Brasil, Alexandre Munhoz. Dependendo do tipo escolhido para publicação, a empresa paga até 70% dos royalties para o autor.


Hoje, a Amazon conta com mais de 100 mil títulos vindos do KDP. De acordo com Munhoz, um dos fatores que fez o número de obras aumentar foi a criação do Prêmio Kindle, que já está na quarta edição.


A vontade de publicar livros é tão grande que já existem mais de 40 plataformas e aplicativos com esta finalidade. Alguns, inclusive de editoras tradicionais, como o Escrytos, da Leya.


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