De alguns traços nasce o Zentangle de Regina Alonso

Escritora deve lançar mini-livros em breve

Por: Carla Zomignani  -  09/06/20  -  13:25
Autora juntou a técnica do Zentangle com os haicais e as aquarelas
Autora juntou a técnica do Zentangle com os haicais e as aquarelas   Foto: Arquivo pessoal

Numa folha qualquer, eu desenho um sol amarelo... E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo... Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo... Como na música Aquarela, de Toquinho, a escritora Regina Alonso lançou mão de um nanquim preto e uma folha de papel para começar a esboçar seus primeiros rabiscos de Zentangle.


De traços delicados, mas cheios de expressão, essa técnica artística serviu de inspiração para a inquieta autora que, mesmo em tempos de isolamento social, não se deixa abater. Ao contrário, não para de produzir e se reinventar.


Por sugestão de uma amiga ligada à arte, Regina conta que começou a se arriscar no Zentangle como uma forma de espairecer a mente, povoada de más notícias devido à Covid-19. E para a sua grata surpresa, desses rabiscos acabou nascendo uma nova paixão, que a tem ocupado de duas a três vezes ao dia. 


Mais ainda: dessa nova experiência já está brotando um novo livro, ou melhor, um mini-livro, cujo título provisório é Quadrado de Giz. “Comecei a fazer Zentangle, desenhos livres em quadrados de 9x9 cm e acrescentei haicais (poesia japonesa, de frases curtas). Nesta crise e pensando no futuro, tive a ideia de criar mini-livros ou mini-postais para que todos possam ter em casa e apaziguar suas almas”, conta Regina, cuja “maior ousadia” acontece na varanda de sua casa. É de lá que ela espia o céu e pássaros pela vidraça... “Respiro fundo, devagar e não me entrego à depressão”.


Além da natureza, também servem de inspiração fotos antigas da família, “com muita memória afetiva”, além da internet, gravuras e obras de arte em geral. “Tudo vai se transformando em desenhos rápidos”.


O resultado tem sido um belo mosaico de imagens, em preto e branco ou coloridas como uma aquarela. “O primordial é que me faz muito bem e quero dividir com todos neste tempo de distanciamento social, o entusiasmo que esse novo fazer me proporciona – logo eu, que não desenhava nem uma maçã!”


Regina acredita que, às vezes, desconhecemos nossas possibilidades e que, em momentos de crise, elas desabrocham. “Depende só de começar e o necessário é tão pouco: um pedaço de papel, caneta preta fina, lápis preto e de cor (e até pincéis e aquarela). Ao final, a gente se surpreende com o que fez”, acredita a escritora, que espera poder provocar nas pessoas esse prazer interior. Aliás, a técnica é muito usada em terapias, segundo diz.


Haicai pelos ares


Ao mesmo tempo, Regina quer colocar à venda – pela internet ou por meio de uma livraria que se interesse – o livro Haicai pelos Ares, que teve seu lançamento abortado no início da pandemia. De autoria dela e da escritora e amiga Teresa Teixeira, o livro de capa dura conta com haicais e fotos em preto e branco do fotógrafo Sergio Furtado. Aguardem!


Logo A Tribuna
Newsletter