Crítica: Brinquedo Assassino não convence

Comportado e com inteligência artificial, reboot chega à telona

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  23/08/19  -  11:04
  Foto: Divulgação

Reboot de filme de terror segue sendo aposta de vários estúdios. Alguns conseguem bons resultados, vide 'It: A Coisa' (2017), que tem sua sequência garantida para setembro. Outros, no entanto, não alcançam bons resultados. Esse é o caso do novo 'Brinquedo Assassino' ('Child’s Play'), lançado originalmente em 1988, que estreia nos cinemas da região nesta quinta-feira (22).


Por mais que tenha tirado o elemento sobrenatural da trama original e apostado em algo mais atual, quase na linha de 'Black Mirror', o filme não convence. O fim, principalmente. Se algumas coisas estavam funcionando, a reta final vem para acabar com qualquer possibilidade do longa ser bem avaliado.


As próprias críticas no Rotten Tomatoes, site que tira uma média das resenhas publicadas por jornalistas no mundo todo, aponta para o fracasso: 64% de aprovação. Já o feedback do público é ainda pior: 57%. Dificilmente sairá desse patamar.


Na trama, Andy (GabrielBateman) e sua mãe se mudam para uma nova cidade em busca de um recomeço. Preocupada com o desinteresse do filho em fazer novos amigos, Karen (Aubrey Plaza) decide dar a ele de presente de aniversário um boneco tecnológico que, além de ser o companheiro ideal para crianças e propor diversas atividades lúdicas, executa funções da casa sob comandos de voz.


Os problemas começam a surgir quando o boneco Chucky se torna extremamente possessivo em relação a Andy, e está disposto a fazer qualquer coisa para afastar o garoto das pessoas que o amam.


E aí entram as principais diferenças entre o reboot e o original. Chucky está mais robótico, com inteligência artificial. Não é mais um boneco possuído. Isto o deixa mais vulnerável se compararmos com o verdadeiro Brinquedo Assassino. Foi um caminho interessante do roteirista (Tyler Burton Smith), mas não o suficiente para conquistar novos fãs e agradar o público mais saudosista.


A ideia apresentada pelos roteiristas é uma clara referência às multinacionais do ramo tecnológico, que buscam sempre a integração dos seus serviços. Como não identificar os conceitos do novo boneco quando comparamos com o atual estilo de vida das pessoas? A sociedade é sedenta por lançamentos tecnológicos e presas fáceis para o consumo desenfreado.


Quanto ao boneco em si, está menos assustador. O visual também mudou, mais comportadinho, mesmo quando vira uma máquina de matar. Mas não podemos deixar de mencionar o ganho: a dublagem de Mark Hamill (o eterno Luke Skywalker). Isso com certeza é uma das boas novas desse filme.


O diretor é o norueguês Lars Klevberg, de 39 anos. Novato nas telonas, certamente terá esse 'Brinquedo Assassino' como uma produção esquecida no currículo.


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