Crítica: A magia está de volta em Aladdin

História agora é contada por um marinheiro

Por: Rubens Ewald Filho - Crítico de Cinema  -  24/05/19  -  11:02
  Foto: Divulgação

Será que é possível esquecer a interpretação inesquecível do genial e falecido Robin Williams (1951-2014), que lhe deu Oscar especial ao criar a figura inquestionável quando ele deu vida ao chamado 'Aladdin' (assim que se escrevia em 1992)?


Por mais que se espere ou deseje, não há comparação possível com a proposta recente da Disney, que nunca será superada pelo segundo time.


Sua proposta simplesmente tem sido refazer o clássico original, tanto da antiga Disney, com variantes. Vocês devem ter perdido a chance do remake patético, por exemplo, que foi com os menores, 'Tarzan', e mesmo com a 'Bela e a Fera' (claro que inferior ao original), Angelina Jolie, e assim por diante.


Como veterano consumidor do gênero e admirador das histórias de fantasia, sinto-me mais enganado como sucedeu agora com o 'Pinnochio', uma joia da coroa da Disney, que chegou a ser um grande equívoco, seguido logo depois até pela Disney com 'Mary Poppins', de Julie Andrews (a seguinte foi bastante no remake).


Mas também desmascara a fraqueza das cópias sem alma ou coração (o que nos faz temer agora pelo 'Rei Leão', que chega logo por aí!).


Como se a Disney estivesse ainda precisando de dinheiro! Alguns devem lembrar que, durante o domínio Walt Disney, havia apenas um desenho longo por semestre e, para não ficar feio, incluindo semidocumentários (alguns deles incluindo Zé Carioca e Aurora Miranda!).


Pouco tempo mais tarde, fariam filmes de ação com atores jovens e populares, mas sem deixar a animação de fora (eu acuso o perigo não só do excesso do gênero, mas também pelas cópias e imitações de outros estúdios).


Acho esquisito também este remake de 'Aladdin' ter como diretor de um filme para crianças, justamente um cineasta britânico de mão pesada, e mais preocupado com explosões... Desta vez de múltiplas nacionalidades, como egípcio, asiático, alemão, tunisiano e holandês, iraniano e afro-americano. Ou seja, uma tentativa de se cobrir todos os lances.


No roteiro atual, a saga de Aladdin é contada num navio, por um marinheiro, incluindo a procura de um marido para a princesa Jasmine. E assim por diante...


Não vejo razão em aprofundar algo tão leve e arabesco/ romântico. Até porque as canções mais conhecidas estão presentes ('A Whole New World', 'Friends Like Me', e algumas delas apenas se aproveitando de determinadas semelhantes ou uma ao menos nova (que é novo número de 'Speechless', só que feminista)...


Não me parece relevante destacar mais nenhum detalhe, desde que o espectador não se aborreça com certas cenas exageradas. e não sinta a falta do 'Rei Leão'.


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