Contra a crise do novo coronavírus, setor da dança une forças na Baixada Santista

Grupo no WhatsApp conecta mais de 70 academias particulares dos nove municípios da região

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  27/04/20  -  11:31
Atualizado em 27/04/20 - 11:33
O premiado internacionalmente Balé Jovem de São Vicente é uma das instituições presentes no grupo
O premiado internacionalmente Balé Jovem de São Vicente é uma das instituições presentes no grupo   Foto: Fernanda Luz/Arquivo/AT

A crise causada pela pandemia do novo coronavírus uniu 71 academias de dança da Baixada Santista. Em um grupo criado no aplicativo WhatsApp, os proprietários das escolas discutem formas de lidar com os novos desafios.


“Algumas diretoras me procuraram no final de março propondo que criasse um grupo no WhatsApp com os donos de escolas e academias particulares da Baixada Santista. O objetivo é discutir entre eles saídas para essa crise, compartilhar ideias e até mesmo preocupações”, comenta Juliana Luiz, vice-presidente da Associação de Dança do Litoral Paulista (Adalpa) e diretora do Festival Internacional de Dança (Fidifest) e do Festival Cubatão em Dança.


Juliana conta que, apesar de conhecer parte das academias, um esforço maior seria necessário para não deixar nenhuma instituição de fora da ação.


“Precisei mapear a maior quantidade de escolas/academias para a formação desse grupo. Após longa pesquisa (sei que algumas devem ter ficado de fora), consegui mapear 95 escolas/academias particulares de dança em todas as nove cidades da Baixada Santista. Fiquei admirada, porque imaginava uma grande representatividade do setor na economia da região, e ela é muito maior. É preciso valorizá-la”.


Na quarta-feira é celebrado o Dia Internacional da Dança. Tal data representa um momento histórico para o segmento na Baixada, segundo Juliana. Ela revela que a união das academias nunca foi tão forte.


“No grupo, há muita troca de informações, propostas imediatas e especialmente compartilhamento de aflições, já que as contas continuam a chegar e houve uma diminuição significativa nas receitas. Infelizmente, a linha de crédito oferecida pelo governo atualmente não alcança esse público”, desabafa.


A produtora agora torce para um avanço na aprovação pelo Senado do Programa Nacional de Apoio à Microempresa e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Além disso, um programa em nível regional ou estadual também pode ser uma solução.


“Não importa o tempo como empreendedora, vejo desde a Valderez Zani, uma das mais experientes nesse meio empreendedor da dança, até a Jhully Batista, a caçulinha nessa área (que abriu a sua escola agora em 2020), passando pelos mesmos medos”.


Sem braços cruzados


Apesar de estar no aguardo de ações do Poder Público, a diretora do Fidifest garante que ninguém está de braços cruzados. Muitas ações foram criadas. “O setor não baixou a cabeça, não está esperando de braços cruzados tudo se normalizar. Houve a necessidade de se reinventar da noite para o dia. E todos fizeram, criando conteúdo virtual, para manter contato com os alunos e também na esperança de receber pelo serviço prestado virtualmente”, comenta Juliana.


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