Coletânea de microcontos revela o lado bom da pandemia do coronavírus
Ao todo, são 16 microcontos escritos por 24 estudantes da Fatec de Praia Grande
Um grupo de alunos de Tecnologia em Comércio Exterior da Faculdade de Tecnologia de Praia Grande (Fatec-PG) usou a criatividade para encarar o desafio do isolamento social, com todas as disciplinas no ambiente virtual e sem o convívio presencial com os colegas de sala. Um trabalho da disciplina de Comunicação e Expressão acabou resultando no livro digital de contos Pandemia, que acaba de ficar pronto.
Ao todo, são 16 microcontos escritos por 24 estudantes, que colocaram na tela do computador histórias que têm como base o momento atual, com condições limitadas, a falta da proximidade e a ausência do contato, que provocaram grandes transformações. O e-book gratuito pode ser baixado através do link.
A ideia partiu do professor, jornalista e escritor Alessandro José Padin Ferreira e foi finalizada neste mês. “Eu tenho acompanhado uma tendência no mercado em que as empresas acabam exigindo outros tipos de competências dos profissionais na hora da seleção, como por exemplo pedir para candidatos um vídeo de celular de um minuto falando da vida deles. Além de dinamizar a aula, eu trouxe para dentro da minha aula conceitos de storytelling para ajudar nisso”, explica o docente.
Para isso, Padin pediu que os alunos produzissem em uma semana contos de qualquer gênero com base na teoria. “Fiquei tão impressionado com o material que recebi, que editei e lancei a coletânea”, conta.
Aprendizado
Além de colocar os alunos para escrever, o professor afirma que o projeto ajuda o futuro profissional a perceber que ele é capaz de contar suas próprias histórias. “O objetivo é ele se sentir seguro para isso. A disciplina é Comunicação e Expressão e, às vezes, ajudar esse estudante se expressar de uma forma melhor acaba sendo negligenciado”, avalia o professor.
O aluno Bruno Fasanaro, de 37 anos, escreveu o conto Conversas Vazadas com os colegas Flávia Cristina dos S. Carvalho e Isis Bezerra Gomes. O texto de ficção, em formato de mensagens trocadas em um chat, mostra a conversa entre três cientistas sobre uma doença que está se espalhando rapidamente pelo mundo.
“Apesar dos problemas da pandemia, o projeto ajudou muito na integração dos alunos. No começo do ano estávamos todos na sala de aula e agora a situação é essa”, conta Bruno, que ficou feliz em poder escrever a seis mãos com os colegas. “Foi recompensador. Tivemos toda a liberdade para fazer e trabalhamos em conjunto numa fase em que estamos separados. Foi muito bom.”
A experiência foi tão rica que, agora, Padin já prepara uma nova publicação com outra turma. O tema da próxima coletânea deve ser de histórias de suspense e terror no Porto de Santos.
